Enquanto STF julga anistia, sertão baiano recebe hospital como resposta política

Enquanto Brasília fervilha com o debate sobre anistia a golpistas, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) finca bandeiras no sertão mais árido da Bahia. Diante de operários e moradores de barro, anunciou o novo Hospital Regional de Paulo Afonso, R$ 134 milhões em concreto e esperança. A pergunta que ecoa em Paulo Afonso, “por que aqui, e por que agora?”

A escolha de Paulo Afonso não foi acidente geográfico. É um disparo político. No mesmo dia em que aliados de Bolsonaro pressionavam o STF pela libertação de Braga Netto, Jerônimo desviava os holofotes para o "vazio assistencial" do sertão. O hospital, vinculado à UNIVASF, terá 165 leitos, 30 UTIs e seis salas cirúrgicas, um oásis numa região onde pacientes percorrem 200 km por uma quimioterapia.

“Enquanto uns pedem perdão para criminosos, nós pedimos licença para construir futuro" Jerônimo Rodrigues, ao passar a rodo simbólico no chão árido.

Não é só saúde, é geopolítica do chão rachado.

Há 90 anos, Lampião realizava bailes perfumados no sertão, festas roubadas da elite, onde sanfonas desafiavam o poder. Hoje, o hospital repete o gesto:

"É o nosso baile perfumado contemporâneo", diz Ângela Roque, militante petista presente ao evento. "Governo que vem pra cá na hora do fogo, é governo que sabe ler o chão".

Jerônimo não só fortalece aliados, mas testa o mantra petista: "Onde a direita enterrou os sonhos, a esquerda planta hospitais".

Este não é um texto sobre saúde. É sobre como se responde a golpistas, com tijolos onde eles deixam crateras. Enquanto o STF debate anistia, o sertão vive.

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