A escolha de Paulo Afonso não foi acidente geográfico. É um disparo político. No mesmo dia em que aliados de Bolsonaro pressionavam o STF pela libertação de Braga Netto, Jerônimo desviava os holofotes para o "vazio assistencial" do sertão. O hospital, vinculado à UNIVASF, terá 165 leitos, 30 UTIs e seis salas cirúrgicas, um oásis numa região onde pacientes percorrem 200 km por uma quimioterapia.
“Enquanto uns pedem perdão para criminosos, nós pedimos
licença para construir futuro" Jerônimo Rodrigues, ao passar a rodo
simbólico no chão árido.
Não é só saúde, é geopolítica do chão rachado.
Há 90 anos, Lampião realizava bailes perfumados no sertão,
festas roubadas da elite, onde sanfonas desafiavam o poder. Hoje, o hospital
repete o gesto:
"É o nosso baile perfumado contemporâneo", diz Ângela
Roque, militante petista presente ao evento. "Governo que vem pra cá na
hora do fogo, é governo que sabe ler o chão".
Jerônimo não só fortalece aliados, mas testa o mantra
petista: "Onde a direita enterrou os sonhos, a esquerda planta
hospitais".
Este não é um texto sobre saúde. É sobre como se responde a
golpistas, com tijolos onde eles deixam crateras. Enquanto o STF debate
anistia, o sertão vive.
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