Agricultura familiar baiana conta com modalidade de assistência técnica inovadora



A Bahia inova com uma modalidade de assistência técnica e extensão rural (Ater) direcionada para o fortalecimento de sistemas produtivos estratégicos da agricultura familiar. Com o Mais Ater, uma iniciativa do Governo do Estado, executada em parceria com os consórcios públicos, são priorizados sistemas produtivos que estão na base econômica dos municípios baianos, a exemplo da cacauicultura, bovinocultura de leite, apicultura, ovinocaprinocultura e mandiocultura. O objetivo é promover a qualificação e o aumento da produção e a produtividade dessas culturas e gerar renda para as famílias de agricultores e agricultoras familiares do estado.

Com o Mais Ater, passam a ser atendidas pelo serviço mais 12 mil famílias. A previsão de investimento nos contratos firmados com nove consórcios, ao longo de três anos, é de R$ 17,3 milhões, para estruturar a ação em 95 municípios baianos. A expectativa é que mais cinco consórcios também firmem contrato.

A ação integra a estratégia da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), intitulada: Parceria Mais Forte, Juntos para Alimentar a Bahia, e é executada a partir de contrato firmado entre a Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater/SDR) e os consórcios públicos municipais.

“A execução dos serviços de Ater, em parceria com os consórcios públicos, tem a prerrogativa de ampliar a abrangência de atendimento e potencializar os recursos locais e territoriais. É um caminho para a elevação da capacidade organizativa e produtiva da agricultura familiar, a exemplo do que já vem acontecendo na parceria com entidades de Ater, contratadas por meio das chamadas públicas”, destaca Célia Watanabe, superintendente da Bahiater.

O Consórcio Intermunicipal da APA do Pratigi (Ciapra) é um dos que firmaram parceria para o Mais Ater. De acordo com o diretor-executivo do Ciapra, Leandro Luiz Ramos, o Mais Ater é voltado para o fortalecimento do sistema produtivo do cacau, para fazer com que os agricultores melhorem sua renda e, consequentemente, melhorem sua vida social: “A gente precisa dar foco, para buscar o resultado”. Ele explica que no Baixo Sul o projeto, batizado de Cacau +, tem como objetivo elevar a produtividade atual de 15 a 20 arrobas, por hectare, para 80 arrobas de cacau, por hectare, em três anos, multiplicando a renda do produtor em três ou quatro vezes, o que ele tem hoje, com a garantia de assistência técnica.

As etapas para a execução do Mais Ater inclui: 1. Cadastro das famílias; 2. Diagnóstico das demandas das famílias; 3. Elaboração do Plano de Ação; e 4. Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) com o acompanhamento técnico e as orientações aos agricultores e agricultoras atendidos.

Já firmaram contrato o Consórcio Intermunicipal da Mata Atlântica (CIMA), que prioriza os sistemas produtivos da cacauicultura e a bovinocultura de leite; o Consórcio do Território do Recôncavo (CTR), a mandiocultura; no Consórcio de Desenvolvimento Sustentável do Território Litoral Sul (CDS), a cacauicultura, a bovinocultura de leite e mandiocultura, e no Consórcio Público Intermunicipal de Infraestrutura do Extremo Sul da Bahia (Construir), a apicultura, bovinocultura de leite e mandiocultura.

Também já aderiram a essa modalidade de Ater o Consórcio Intermunicipal do Semiárido Nordeste II (Cisan), com a caprinocultura, ovinocultura, apicultura e cajucultura. No Consórcio de Desenvolvimento Sustentável do Velho Chico serão priorizados os sistemas da avicultura, bovinocultura de leite, piscicultura, caprinocultura e ovinocultura, no Consórcio Público de Desenvolvimento Sustentável Bacia do Paramirim, terá a apicultura, bovinocultura de leite caprinocultura, ovinocultura e cafeicultura, e o Consórcio de Desenvolvimento Sustentável (CDS Alto Sertão) terá como prioritários os sistemas produtivos da bovinocultura de leite, caprinocultura e ovinocultura.

 

Ater na Bahia

Na Bahia, são atendidas, atualmente, mais de 80 mil famílias de agricultores pelo serviço de Ater, executado em três modalidades: Direta, pelos técnicos da Bahiater; pelas equipes técnicas de organizações sociais contratadas, por meio de Chamadas Públicas Ater Mulheres, Ater Agroecologia, Sustentabilidade e Povos e Comunidades Tradicionais, ou ainda por meio do Mais Ater, via convênios e contratos firmados com prefeituras e consórcios públicos, para estruturar a ação nos municípios baianos.

Foto: Equipe técnica do CIMA.

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