Tá na internet: sem tolerância com Nazistas


Para quem anda relativizando a gravidade dos atos e declarações nazistas de membros deste governo nazista, é sempre bom lembrar que todo nazista é, por definição, um eugenista, supremacista, sádico e um genocida. 

O nazista não é um doente. Não há enfermidade mental qualificável como nazismo. O nazista, até segunda ordem, é um ser humano em pleno gozo de suas faculdades mentais que opta por entender que a sociedade só é funcional se for capaz de eliminar massivamente o que ele qualifica como raças inferiores, assim como as ideologias que se opõem a essa tese estúpida e genocida. No nazismo histórico da Alemanha dos anos 30 e 40 os alvos eram os comunistas e socialistas em geral, os ciganos, os lgbts, os negros, as pessoas com algum tipo de limitação e, em especial, as pessoas de origem judaica. 

Quero deixar claro que o fato de alguém, hoje, replicar um discurso nazista, como já fizeram alguns membros do atual governo, ou o simples fato de portar um símbolo nazista, como fez aquele imbecil em Unaí/MG, ao ostentar uma braçadeira com a suástica, já devem ser qualificados como atos abomináveis de apologia ao nazismo. 

Tenho sido alertado por pessoas próximas e amigas de estar me comportando de maneira radicalizada. São pessoas queridas e por quem tenho profunda consideração (verdade que houve o caso de uns dois ou três idiotas também que falaram bobagens irrelevantes) e que insistem em tratar nazistas como figuras merecedoras de algum tipo, mínimo que seja, de compaixão ou de compreensão e que entendem ser necessária uma postura republicana no tratamento de indivíduos que praticam atos abomináveis de inclinação nazista. 

Quero sugerir a essas pessoas que leiam A Segunda Guerra Mundial do Martin Gilbert e a biografia de Hitler do Ian Kershaw. Sugiro que assistam também a Berlim Alexanderplatz do Fassbinder (maravilhoso em tudo o que fez!) e ao documentário Campos de Concentração Nazistas, disponível no Netflix, mas bem barra pesada, já vou avisando. 

Talvez, se aprofundando um pouco mais no significado do nazismo e no perigo que ele representa ainda hoje para o mundo, elas entendam que nada, por mais forte que seja quando se trata de reação contra o nazismo, pode ser considerado radical. 

Contra o nazismo e os nazistas não pode haver tolerância nem qualquer tipo de afrouxamento humanístico. O nazista é o ser humano mais abjeto que existe e, sendo um apologista ideológico, oferece um risco incalculável, pois pode seduzir, cooptar, se associar com outros vermes com pensamentos e práticas semelhantes, potencialmente podendo fazer renascer regimes assemelhados ao que vigorou na Alemanha entre 1933 e 1945. 

Vale lembrar que o mundo, incluindo boa parte da população alemã, permitiu que o nazismo, já em sua forma acabada, ainda que em muitos casos de maneira latente, potencial, florescesse, vigorasse, se fortalecesse e consolidasse, desde 1933, só despertando alguma atenção quando se conflagrou o início da guerra em 1939. Curiosamente, a complacência com o regime foi bastante alimentada pelo entendimento de que a economia alemã se recuperava bem no regime do terceiro reich. 

Volto a repetir o que já disse aqui em outras oportunidades. Em 1921 Hitler tomou um tiro de raspão na bunda durante uma briga generalizada em uma cervejaria em Munique. Se tivessem acertado o meio da testa ou coração do crápula, talvez dezenas milhões de vidas humanas, dentre elas algumas milhões de crianças, tivessem sido poupadas. Talvez. 

Por: José Bulcao.

Nenhum comentário: