UM ATAQUE SEM MEDIDA



Ontem recebi inacreditáveis seis minutos no Jornal Nacional da Globo, um dos horários mais nobres da TV brasileira, para me denunciar.

Com base em um inquérito da polícia federal vazado ilegalmente (até agora não tive acesso), que se arrasta há dois anos, disseram que recebi propina através de um escritório de advocacia, que prestou serviços pra minha campanha eleitoral, e também pra uma empresa, a tal Consist, que, dizem, tinha contrato com o setor público federal.

Misturaram as coisas, dando a entender que os recursos pagos à Consist foram desviados para o escritório do advogado Guilherme Gonçalves e este me beneficiado, tudo feito com a articulação do Paulo Bernardo, então ministro do Planejamento.

Primeiro, é importante dizer que a tal Consist não tinha contrato com o Ministério do Planejamento, nunca foi contratada por ele.

Segundo, Guilherme Goncalves atendia muitos candidatos, de todas as siglas partidárias. Era conceituado e conhecido nesta área. Seu escritório também atendia outros ramos do direito, tendo contratos com várias empresas. Não conhecia quais eram e como faziam esses contratos.

Todas as despesas de campanha que fiz com o escritório de Guilherme Gonçalves estão declaradas. Entre uma campanha e outra, ele cuidou dos processos decorrentes das disputas eleitorais, pagando as despesas relativas a esses processos. Uma das acusações é que estava pagando em meu nome uma multa de campanha, tida como despesa pessoal. De fato, ele pagou sim, porque a multa foi em decorrência do escritório ter perdido prazo de recurso, era responsabilidade dele!

Outra denúncia é que ele pagava um motorista para me servir no Paraná. Mentira! Nunca fez isso. Algumas vezes disponibilizou o carro que atendia a ele no escritório para me atender quando estava em Curitiba, no período em que estive licenciada do mandato e não tinha estrutura de gabinete.

Nunca me repassou nenhum recurso ou pagou despesas pessoais. O montante alegado dos benefícios a mim dirigidos foi relativo às campanhas eleitorais que ele atendeu. A forma como contabilizava isso no escritório não é de minha responsabilidade. Aliás, pelo material que tive acesso, era semelhante ao que fazia com outros candidatos.
Este método da PF e da grande mídia, em especial a Rede Globo, de vazar informações e fazer matérias a partir de indícios pouco factíveis, enlameando a reputação das pessoas, tem sido corriqueiro. É nojento. Aliás, esse assunto foi objeto de fala recente do Papa Francisco.

Estou sendo agraciada com tantos minutos da Globo para me desconstruir porque ocupo uma posição política relevante, a presidência do PT, que o establishment odeia e quer aniquilar.

Por mais que eu fale publicamente, jamais vou atingir o público que a Globo atinge. A versão dela prevalece e eu, assim como outros companheiros/as, somos condenados por antecipação.

Não tenho muito a fazer a não ser defender-me jurídica e politicamente.
Vou também apresentar representação à corregedoria da PF para que apure quem vazou esse inquérito e continuarei denunciando a Rede Globo, que vazou algo que não devia ser publicizado, expondo a mim e a outras pessoas de maneira leviana e irresponsável.

Gleisi Hoffmann


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