É o Parlamento

Pois de um certo tempo a gente aprende a filtrar certas coisas e a não sair bravateando por aí. Elogiei a entrevista do Boulos ontem no Roda Morta mas tem uma coisa que me incomoda. 

A saber:

Em várias oportunidades ele disse que é preciso investir em plebiscitos e referendos para consolidar a democracia e para driblar a falta de apoio congressual - o PSOL tem 0% dos senadores e 1,1% dos deputados federais. Temos acordo mas na prática as coisas não são tão simples. 

Para quem não sabe, a convocação de plebiscitos e referendos depende da aprovação do Congresso Nacional. O presidente da república não pode, num canetaço, convocar nenhum dos dois. 

Será que as pessoas não se deram conta de que não basta "ter vontade" para fazer isso ou aquilo? Além da vontade é preciso examinar a conjuntura e principalmente a chamada correlação de forças. 

O PT, com LULA, venceu em 2002 e elegeu 91 deputados federais (17,7% do total) e 14 senadores (17,2% do total). 

E teve que fazer péssimos acordos e péssimas composições senão não aprovaria sequer o nome de uma rua - quanto mais uma Emenda Constitucional ou lei complementar qualquer. 

O parlamento é fundamental - as ruas também - e quem duvida disso deveria examinar como é possível que o Temer, sendo odiado e rejeitado por mais de 95% do povo, ainda se mantenha no poder. 

Ora, é muito simples: ele é o presidente mais rejeitado da história da humanidade e sequer pode andar na rua - mas tem o controle de uma coisa chamada Congresso Nacional.

Por Diego Costa.

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