A Copa de 2026 será a primeira com 48 seleções e três países-sede: Estados Unidos, Canadá e México. No entanto, dos 104 jogos previstos, mais de 70 estão programados para ocorrer em solo americano. Essa concentração tem gerado críticas, especialmente diante das dificuldades enfrentadas por torcedores e delegações estrangeiras para obter vistos de entrada nos EUA.
“Há países cujas seleções estão praticamente impedidas de
competir em igualdade de condições, simplesmente porque seus cidadãos não
conseguem entrar nos Estados Unidos”, afirmou um membro do Comitê de Direitos
Humanos da FIFA, sob condição de anonimato.
As políticas migratórias norte-americanas, endurecidas nos
últimos anos, têm afetado diretamente o planejamento do torneio. Delegações de
países como Irã, Síria e Nigéria enfrentam obstáculos burocráticos e
diplomáticos para garantir presença nos jogos em território americano. Além
disso, jornalistas e torcedores de diversas nacionalidades têm relatado atrasos
e negativas na emissão de vistos.
A FIFA, que se comprometeu com uma política de inclusão e
respeito aos direitos humanos, está sendo pressionada por ONGs e federações
nacionais a rever sua postura. “Não se trata apenas de futebol. É uma questão
de princípios. A Copa do Mundo deve ser para todos”, declarou a diretora da
organização Fair Play Global, que monitora práticas discriminatórias em grandes
eventos esportivos.
Diante do impasse, o Canadá desponta como uma alternativa
segura e diplomática. Com estádios modernos em Toronto, Vancouver e Montreal,
além de uma política migratória mais flexível, o país já se ofereceu para
ampliar sua participação no torneio.
Fontes ligadas à Federação Canadense de Futebol confirmaram
que há conversas em andamento com a FIFA para receber mais partidas, inclusive
algumas das fases eliminatórias. “Estamos prontos para colaborar e garantir que
a Copa seja um evento verdadeiramente global”, disse o presidente da entidade,
Marc-André Gauthier.
A FIFA ainda não se pronunciou oficialmente sobre a possível
redistribuição dos jogos. No entanto, a entidade confirmou que está “revisando
aspectos logísticos e diplomáticos” do torneio. Uma decisão final deve ser
anunciada até o fim de setembro, quando será realizada uma reunião
extraordinária do Conselho da FIFA em Zurique.
Enquanto isso, torcedores e seleções aguardam com
expectativa. A Copa do Mundo de 2026 promete ser histórica — e talvez, mais
canadense do que se imaginava.
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