Nestes últimos 20 anos, o país passou por diferentes experiências
no governo federal que precisam ser comparadas. Fica muito difícil não olhar
para o retrovisor, para escolher o candidato, nesta ferrenha e polarizada disputa no 2º turno das eleições presidenciais de 2014.
No poder de 1994/2002 a política neoliberal implementada
pelo Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB deixou graves seqüelas. A economia era comandada pelo
neoliberalismo. Seus gestores tentavam nos convencer que o mercado daria conta
das grandes e graves questões nacionais. Quem não se lembra dos cortes nos
gastos públicos em obediência irrestrita aos fundamentos do Fundo Monetário
Internacional - FMI? Na redução dos subsídios e no aumento dos juros? Como
diziam na época, tudo para atrair a confiança do capital financeiro, e assim
com novos investimentos alavancar o crescimento econômico.
Basta um pouco de memória, ou mesmo consultar os jornais e
revistas da época, para se lembrar do desemprego que dobrou nos 8 anos de
FHC/Aécio, trazendo a fome e a miséria para a população. Os escândalos de corrupção, aas
privatizações, o sucateamento dos serviços públicos, a inflação alta e o
aparelhamento do Estado,
Para comentar apenas o que se passou em duas áreas, de meu
maior envolvimento profissional, vejam bem o que aconteceu em relação à
política energética e na educação superior. A política neoliberal adotada com
relação à questão energética foi catastrófica. Neste período a energia elétrica, até então
considerada um serviço essencial, foi transformada em mera mercadoria. Ocorreu
a mercantilizarão deste que é um bem essencial na vida das pessoas, a energia.
O desmantelamento e sucateamento do Ministério de Minas e Energia, responsável
pelas diretrizes no setor energético brasileiro acabou levando ao racionamento
de energia de 2001/2002. Neste setor também se dizia que o mercado resolveria
tudo. E deu no que deu. O povo brasileiro jamais esqueceu.
Na área da educação superior outra grande catástrofe. Quem
não se lembra do legado do ministro Paulo Renato, Ministro da Educação do
governo FHC/Aécio?. Durante oito anos nenhuma nova universidade federal
foi criada. Nenhum concurso público para professores universitários foi
realizado. Deixou um déficit de 7.000 professores. Mas se isto não fosse suficiente, vejam agora
o que ocorre em São Paulo governado pelo partido político do senhor Aécio. As
universidades paulistas mais bem classificadas no ranking mundial estão
falidas. O governo do estado é responsável sim, pois é o governador quem indica
os reitores. Muitas vezes indicando aqueles menos votados pela comunidades universitária.
Não voto em candidatos do Partido dos Trabalhadores para
presidente da república, desde o primeiro mandato do presidente Lula, que ao
assumir como primeiro ato, enviou ao Congresso Nacional a polêmica e mal vista,
Reforma da Previdência, retirando direitos
dos trabalhadores. Um total contra-senso, visto que inúmeras reformas
estruturais, a meu ver, eram prioritárias. Foi emblemática esta ação que acabou
sinalizando como seria o governo petista.
A desilusão foi grande, pois filiado ao PT naquela época,
acreditava que com a ascensão ao poder central seria possível iniciar um
processo de implantação de uma nova forma de fazer política em nosso país.
Rompendo assim com tudo que estava arraigado de mais retrogrado e atrasado.
Mesmo nestes anos
todos fazendo oposição as políticas e ações dos governos petistas, nesta hora
decisiva para o Brasil não poderia me furtar de escolher entre um lado e outro.
Pensei até em anular o voto. Mas ao
analisar toda a historia recente, e estar convicto que depois do dia 26 de
outubro estarei na oposição a esquerda daquele(a) eleito(a) para governar o
país, declaro que votarei para presidente
em Dilma 13.
Heitor Scalambrini Costa - Professor da Universidade Federal de Pernambuco.
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