Primeiro porque temos que ficar ouvindo todas as
nossas amigas esculacharem com o sexo masculino, e ainda temos, como
educados que somos, ficar sorrindo.
Só para que elas gostem um pouco mais da gente. É
assim a vida de um homem que tem mulheres em sua lista de amizade.
Veja só o que me aconteceu durante a minha
juventude:
A Olga apareceu certo dia lá em minha casa.
Chegou como quem tinha descoberto a mosca azul, fazia pouco tempo. Ela sem
titubear foi logo abrindo o coração. E disse que tinha mantido relações pela
primeira vez.
Zorra! E eu que pensei que ela ainda era
virgem e se guardava para mim! E ainda disse que o sujeito que foi seu primeiro
homem, era o miserável do Rafael. Aquele cara de fuinha. Desgraçado. Carcará
sanguinolento!
É que eu
gostava dela gente. Era apaixonado por ela e a danada vem em minha casa e fala
isto sem se preocupar. Sou amigo. Mas não precisava saber e saber dessa maneira.
Assim é demais para meu pobre coração.
Ela nem percebeu que enquanto ela falava, eu me
estrebuchava todo no sofá. A cada cena contada, era como se eu estive sendo
corno por tabela. É claro que eu nunca me declarei a ela. Pois sempre brincava.
Deve ter sido isto! Eu brincava!
E ela
dizia: - Deixa disso. Somos só amigos.
Vou avisando uma coisa a você mulher que por
descuido da vida resolver ler esta narrativa:
Homem
detesta ser chamado de amigo. O que ele quer mesmo é beijar!! Entenderam,
ou vou ter que desenhar?
Voltando...
A danada me disse que fazia tempo que estava feito
lagartixa, subindo pelas paredes. E esperou completar os dezoito anos para
poder fazer o que fez. Então, me disse que só aconteceu uma única vez.
Meus amigos, essa é uma daquelas desculpas que elas
sempre dão. Não consigo saber ainda se elas acham que nós acreditamos, ou se é
porque acabou mesmo o repertório delas.
Sentada em minha frente, e já passada meia hora, eu
já estava vendo ela com outros olhos. Eu já a via com olhos de raio X. Enquanto
ela, sem parar um só minuto, falava, falava, falava...
Mas a pior coisa que ouvi foi quando ela,
desavergonhadamente, despudoradamente, sem perceber que me fazia sofrer com
tudo o que eu estava ouvindo disse, “estou há quatro meses sem ter relações”. E
eu lá queria saber disso. Eu lá precisava ouvir isto?
Foi ai que tomando forças. Me sentindo um “He Man”,
investi na minha “Chirra” e perguntei;
- Tu ainda estás com ele?
Ela me respondeu de pronto:
- Nada!
O tom da resposta dela me encorajou ainda mais e eu
parti feito um carcará em busca da burrega.
- Posso te perguntar uma coisa?
Ela sorriu! Que sorriso lindo aquele. Ela estava se
mostrando aberta a pergunta seguinte, e eu emendei.
- Qual a chance de eu ser teu próximo?
A resposta veio com a velocidade de um disco
voador.
- Tá me estranhando
Aquela tarde está na minha memória até hoje. Já fiz
de tudo para esquecer. Mas não consigo. Alguns dias atrás eu a vi saindo de uma
loja. Estava com dois filhos. Um no braço e outro era puxado pela mão. E eu
fiquei vendo aquela cena de cinema italiano. O corpinho já não era mais de
bailarina espanhola e eu estou hoje aqui. Sozinho, mas enfrentando a luta
diária de encontrar um novo amor.
Entendam. O homem se apaixona, enquanto as mulheres amam. Mas só quando
encontram um grande amor. Antes, elas nos fazem sofrer pra caramba.
Nenhum comentário:
Postar um comentário