Janio Ferreira: Carta aberta ao vereador Ozildo Alves.

Antes de tudo, deixe-me me apresentar, pois o senhor, definitivamente, não me conhece. Meu nome é Janio José Ferreira Soares e Silva, nasci no Hospital Nair Alves de Souza no dia 21 de julho de 1958, uma semana antes da emancipação política de Paulo Afonso. Passei parte da minha infância em Glória, centenária cidade habitada por um povo simples e bem humorado, onde moldei minha personalidade e caráter.

Ainda adolescente me mudei para Paulo Afonso, onde estudei, cresci, fiz grandes amizades, namorei, casei, tive filhos e fiz um nome. Sim, senhor Ozildo, Janinho, apesar da fragilidade que o diminutivo sugere, é uma denominação de respeito, pelo menos entre as pessoas que não precisam usar a baixeza da denúncia vazia como meio para atingir seus fins.

Da minha pessoa o senhor pode falar qualquer coisa, mas lhe desafio a encontrar algum ato ilícito praticado por mim durante esses mais de 12 anos em que trabalho com a coisa pública, como o senhor e seus adeptos covardemente insinuaram nas páginas de seu panfleto que se diz jornal, numa matéria cínica, forjada e cheia de mentiras, que tem como único objetivo instalar o caos moral e político em nosso município.

A propósito, em matéria de terrorismo político o senhor é imbatível, pois foi graças ao seu desarranjo verbal através dos microfones da Rádio Bahia Nordeste quando da vitória de Raimundo Caires, que Paulo Afonso mudou para sempre o seu modo de fazer política. Para quem não lembra, antes de o senhor começar a destilar o seu veneno diário, os pauloafonsinos discutiam política de uma forma educada, com a oposição e a situação sempre em busca de melhores dias para o nosso município. Mas, depois que o senhor começou a estimular à revolta nos derrotados e a ira nos vitoriosos, nossa cidade caiu na vala comum da politicagem e dela nunca mais saiu. E o engraçado é que, pela sua comprovada ausência de personalidade política e espantosa fome de poder, o senhor, disfarçado de assessor de imprensa, vive pulando de galho em galho e cuspindo nos pratos em que comeu com uma habilidade espantosa, aí dependendo da ração ofertada e de seu tempero monetário.

Mas, voltando à tendenciosa manchete de capa de seu panfleto, que segue a mesma linha sensacionalista, interesseira, irresponsável e cheia de inverdades que pauta os seus projetos, gostaria de esclarecer a verdade.

Recentemente recebi a visita de um rapaz que, sem se identificar e munido de um gravador, me questionou sobre os valores pagos a algumas atrações contratadas para os festejos juninos, afirmando que os mesmos estavam acima dos de outras cidades. Educadamente, como é do meu feitio, lhe expliquei que é muito comum diferenças de preços entre um contrato e outro por conta de vários fatores, a exemplo da data da apresentação, se a mesma é dobrada (duas apresentações na mesma noite em cidades próximas), além de outros custos agregados, que vão desde a solicitação de jatinho (muito comum entre grandes estrelas), até passagens aéreas, caminhões para transportar cenários, excesso de bagagem, hospedagem, diária alimentação, lucro da empresa contratada e impostos da nota fiscal que, em média, é de 17.5% em cima do valor total. E, para ser mais claro, citei o exemplo de algumas bandas que são contratadas exclusivamente para a Copa de Velas, cujo cachê muitas vezes dobra por conta dos fatores citados acima. Sugeri também que fossem ouvidos empresários do ramo, para que os mesmos explicassem como se chega ao custo final de uma atração.

Se o senhor tivesse feito isso, que é uma regra básica de qualquer jornalismo sério, ficaria sabendo, por exemplo, que bandas como Garota Safada e Aviões do Forró cobram entre 80 a 180 mil por apresentação no período junino, ou até mais, nas datas principais. Também ficaria sabendo que não existe um cachê fixo para contratar determinados artistas (como Ivete Sangalo, Chiclete com Banana, Luan Santana e afins), pois cada caso é um caso. Mas a peçonha já estava calculadamente instalada na ponta da sua língua e pronta para ser lançada. (A propósito, faço aqui mais um desafio: se o senhor conseguir algum destes artistas citados, apenas pelo valor do cachê, sem nenhum custo adicional, eles serão contratados e o seu nome será anunciado como o vereador que, enfim, fez alguma coisa em beneficio do nosso município).

Antes de terminar, lhe lanço o último desafio. Coloco todos os contratos assinados por mim a sua disposição. Se o senhor encontrar alguma malversação com o dinheiro público eu renuncio imediatamente ao meu cargo. Agora, do contrário, o senhor abandona o seu mandato de vereador e promete, como homem temente a Deus que o senhor diz que é, que nunca mais desobedecerá o oitavo Mandamento, aquele que diz que não se deve levantar falso testemunho contra pessoas de bem.

Em breve nos encontraremos diante de Thêmis, filha de Urano (o Céu) e de Gaia (Terra). A espada que ela exibe e aparece nas gravuras, representa a força de suas deliberações, e a balança, que também se vê em suas mãos, significa o bom senso e o equilíbrio, além da ponderação. Dizem que ela tarda, mas não falha. O importante é que ela esclareça os fatos, punindo exemplarmente quem está falseando a verdade.

Janio José Ferreira Soares e Silva

Secretário de Turismo, Cultura e Esportes

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