184 dias após a posse moradores de Canindé de São Francisco (SE) cobram o prefeito Machado Barbosa (União Brasil), conhecido como Machadinho, pelo não cumprimento do programa social "Canindé Mais Feliz", prometido em campanha. A insatisfação contrasta com os gastos vultosos da gestão em eventos como Carnaval e São João, que somam milhares de reais gastos até o momento.
Enquanto o projeto social definha, os cofres públicos financiaram festividades com cifras expressivas. Populares confirmaram que apenas no Carnaval deste ano, a Prefeitura desembolsou o equivalente ao pagamento de meses do Canindé Mais Feliz com cachês de atrações. No Arraial de São João, os valores ultrapassaram exorbitantes – recursos que, para líderes comunitários, deveriam ser realocados para políticas de impacto real.
É uma inversão de prioridades gritante. Enquanto famílias passam necessidade, o dinheiro que poderia amenizar essa dor vira fumaça nos palcos. Machadinho esqueceu que felicidade se constrói com saúde e comida no prato, não com shows.
O “pão e circo” não convence a população que acompanha a agenda de eventos. Apenas em junho, três festas patrocinadas pela gestão foram realizadas no município.
A lacuna deixada pelo "Canindé Mais Feliz" expõe um padrão preocupante, a substituição de políticas estruturantes por eventos de visibilidade imediata. Especialistas em administração pública alertam que o dinheiro aplicado em festas poderia, por exemplo:
- Financiar um programa de complementação nutricional para 300 crianças por 6 meses;
- Criar 50 vagas em cursos profissionalizantes;
- Ampliar o atendimento do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social).
A insistência em festejos de alto custo, em detrimento de promessas eleitorais, coloca em xeque não apenas a palavra do gestor, mas a eficácia do controle social sobre os gastos municipais
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