A recusa da proposta que circula no Congresso é alarmante ela trata de aliviar o peso tributário justamente dos que acumulam maior patrimônio, num país em que os impostos indiretos — como o ICMS — sufocam as classes mais baixas. E ainda assim, o Jornal Nacional escolheu uma linha editorial que silencia o debate sobre justiça fiscal, criando uma narrativa que favorece quem mais se beneficia do modelo atual. Não é a primeira vez que o jornal se alinha com os interesses do topo da pirâmide, basta lembrar das análises entusiasmadas com reformas econômicas que sacrificaram direitos trabalhistas e previdenciários dos mais vulneráveis.
A reação orgânica da sociedade, que viralizou vídeos denunciando as injustiças do sistema tributário, é reflexo de um amadurecimento da consciência social e da capacidade das novas tecnologias de amplificar vozes antes marginalizadas. É lamentável que um dos principais veículos de comunicação do país tente frear esse movimento, criminalizando ou menosprezando ferramentas legítimas de mobilização.
Num cenário em que a desigualdade social se aprofunda, espera-se da imprensa um papel fiscalizador e plural. Mas, ao defender propostas que favorecem os super ricos e desacreditar a contestação popular, o Jornal Nacional reafirma seu comprometimento com o status quo econômico e se distancia das demandas reais da sociedade brasileira.
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