Apesar do erro evidente na forma como reagiu à abordagem, é
impossível ignorar o peso político de sua trajetória. A Esquerdogata construiu
uma audiência expressiva ao denunciar retrocessos democráticos, defender pautas
sociais e mobilizar jovens em torno da política. Sua prisão, portanto, não é
apenas um caso policial, mas também um episódio que expõe a fragilidade de
lideranças digitais diante da pressão constante de adversários e da vigilância
pública.
Após a audiência de custódia, Aline foi liberada para
responder em liberdade, com medidas cautelares. A repercussão, no entanto, foi
imediata e ela perdeu dezenas de milhares de seguidores em poucas horas e virou
alvo de ataques de parlamentares da direita, que exploraram o episódio para
desqualificar sua militância. A reação mostra como deslizes individuais podem
ser usados como munição política em um cenário de polarização extrema.
É preciso reconhecer que erros acontecem, inclusive entre
aqueles que se dedicam à luta por justiça social. Aline errou ao perder o
controle e ofender policiais, mas isso não apaga sua relevância como
comunicadora e militante. Abandoná-la neste momento seria entregar de bandeja à
oposição uma vitória simbólica contra a esquerda. O desafio é cobrar
responsabilidade sem negar a importância de quem, com todas as falhas humanas,
ajudou a manter viva a chama da democracia em tempos sombrios.
Mesmo com seus erros, Aline merece todo o nosso apoio neste
momento.

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