Ana Cañas é voz, consciência e arte em defesa da democracia

Nesta sexta-feira (17), Paulo Afonso, na Bahia, recebe uma das artistas mais engajadas e sensíveis da música brasileira, Ana Cañas. Ao lado do instrumentista Igor Gnomo, ela se apresenta no Festival das Caraibeiras no Parque Balneário, trazendo ao palco não apenas sua voz potente e repertório marcante, mas também sua postura firme em defesa da democracia, da justiça social e da consciência política.

Ana Cañas é mais do que uma cantora, é uma artista que transforma o palco em espaço de resistência. Com uma carreira que transita entre MPB, rock, soul e blues, ela já interpretou nomes como Belchior, Rita Lee e Nando Reis, e lançou álbuns autorais como Amor e Caos (2007) e Vida Real (2025), este último considerado um marco de maturidade artística. O disco reúne faixas autobiográficas e parcerias com Ney Matogrosso, Ivete Sangalo e Roberta Miranda, revelando uma artista que não se furta a expor suas lutas e afetos.

Mas é fora dos estúdios que Ana também se destaca. Em entrevista ao Blog do Dimas Roque, ela reafirmou seu compromisso com a esquerda e com o voto consciente, “a gente sai com o coração, sempre com o amor na frente, defendendo justiça, igualdade, equidade social e os valores que eu acredito do coração também.” A cantora reconhece os desafios enfrentados por quem se posiciona politicamente, mas não recua, “foi complicado, sim. Mas estamos aí sempre.”


Sua relação com o Nordeste é de afeto e reconhecimento. “Sempre senti muito essa presença da esquerda aqui. Fico bastante feliz com a consciência do voto político. Arte e cultura sempre também, que é o que a gente defende sempre”, afirmou.

Ana Cañas já participou de atos públicos em defesa da democracia, como o emocionante momento em que cantou “O bêbado e a equilibrista” na Avenida Paulista, em apoio ao ex-presidente Lula. Em outra ocasião, declarou, “é minha obrigação defender a democracia”. Sua música e sua militância caminham juntas, e seu trabalho é um exemplo de como a arte pode ser instrumento de transformação e a Republica Socialista do Nordeste agradece por ela estar do lado certo da história.

Hoje, no Festival das Caraibeiras, Ana Cañas não apenas canta, ela convoca. Convoca à escuta, à reflexão e à ação. Em tempos de polarização e desinformação, sua presença é um lembrete de que a cultura é também trincheira, e que a beleza pode, e deve, andar de mãos dadas com a coragem.

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