A plateia silenciou para ouvir Zé Dirceu

O sol de Brasília já castigava a pele, e nem era meio-dia do primeiro de agosto. Na entrada do Complexo Brasil 21, ele estava lá, com um sorriso no rosto, tirando fotos com os militantes do Partido dos Trabalhadores, que faziam questão de registrar o momento. E esses momentos se repetiram nos três dias em que aconteceu o 17º Encontro Nacional do PT.

Se o PT é essa máquina partidária que conhecemos hoje, muito disso se deve a Zé Dirceu, que ocupou a presidência do partido de 1995 a 2002. A militância, que nunca o abandonou, reconhece nele essa liderança.

No palco, onde delegados partidários de todos os estados brasileiros se revezavam em falas inflamadas defendendo suas posições, no sábado segundo dia do encontro, quem usou o microfone foi o “Comandante”, como Dirceu é carinhosamente chamado pelos filiados. O que viria a seguir foi prenunciado quando o apresentador anunciou seu nome. Bastou isso para que uma catarse coletiva tomasse conta do auditório, com o grito que já virou marca, “Dirceu, guerreiro do povo brasileiro!”