À frente dessa pauta, o governador Jerônimo Rodrigues tem usado a estrutura do Estado para fortalecer canais de denúncia e proteção, articulando secretarias e órgãos de defesa da mulher para garantir que casos não morram na burocracia. A ideia é simples e direta, se a lei não intimida, que a certeza de punição intimide.
Enquanto o STF debate a aplicação de novos parâmetros para
tipificar a violência política de gênero como crime grave, a Bahia corre para
se colocar como referência no combate ao problema. Além da ampliação do
programa “Observa Gênero”, que monitora ameaças e ataques, o governo estuda
criar uma rede de apoio psicológico e jurídico para vereadoras, prefeitas e
lideranças comunitárias, especialmente no interior, onde, segundo dados da
própria Secretaria de Políticas para as Mulheres, a intimidação costuma ser
mais velada, mas igualmente corrosiva.
Especialistas apontam que o impacto de uma decisão favorável
no Supremo será duplo, dar segurança jurídica para que vítimas recorram à
Justiça e constranger politicamente agressores, tornando ataques cada vez mais
arriscados. Jerônimo já sinalizou que, assim que houver a decisão, o Executivo
estadual pretende harmonizar sua legislação interna para aplicar as medidas de
forma imediata.
O recado, portanto, está dado. No novo tabuleiro político,
quem apostar no medo como arma poderá se ver sem jogada possível. E na Bahia,
pelo menos, a aposta oficial é clara, garantir que a voz feminina seja tão alta
quanto a de qualquer homem, e que ninguém mais ouse apertar o botão do
silêncio.
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