O Nordestino em São Paulo tem o dever de lembrar de onde vieram e para quem devem lutar

São Paulo não seria a potência que é sem o suor, a coragem e a resistência do povo nordestino. Nas fábricas, nas obras, nos hospitais, no transporte, na limpeza, no comércio, em cada rua da metrópole, há a marca de quem saiu do sertão, da beira-mar ou da caatinga para construir uma vida melhor, e, junto, construir também o estado mais rico do Brasil. Mas, no corre-corre do dia a dia, muitos esquecem que sua história, seu sangue e sua dignidade não nasceram no concreto paulista, mas na terra árida e no calor humano do Nordeste.

É hora de falar com franqueza para esse povo. Mesmo que alguns nordestinos sintam ter sido “aceitos” no Sudeste, a verdade é que a elite paulista nunca os viu como iguais. Ainda hoje, o preconceito sussurra, ou grita, nos ônibus, nas entrevistas de emprego e nas conversas atravessadas. É um erro acreditar que o silêncio sobre isso significa respeito. Muitas vezes, significa apenas tolerância disfarçada.

Por isso, no próximo ano, quando as urnas estiverem à espera, o voto precisa ser um ato de memória e de lealdade. O nordestino que vive em São Paulo carrega a responsabilidade de escolher governantes e parlamentares que defendam o povo pobre, que criem políticas públicas para quem precisa, que olhem para a base e não para o topo da pirâmide. Isso significa apoiar candidatos ao governo paulista, à Assembleia Legislativa e ao Congresso Nacional que representem a esquerda, pois é dela que, historicamente, vêm as iniciativas de valorização do trabalhador, de inclusão social e de combate às desigualdades.

Representar o Nordeste não é apenas falar de forró e de festa junina em São Paulo. É votar para que a dignidade, a comida na mesa, a moradia decente e o trabalho justo sejam direitos para todos, e não privilégios de poucos. É, no silêncio da cabine de votação, lembrar de cada parente que ficou no Nordeste, de cada infância vivida com pouco, e escolher lado. Porque quem esquece de onde veio corre o risco de perder para sempre o caminho de volta.

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