Apesar da tensão inicial, o ministro deixou claro que a
prioridade do governo federal é fortalecer a cooperação entre União e estados,
evitando soluções improvisadas que apenas ampliam a violência. Lewandowski
destacou que a ausência da Polícia Federal na operação não foi descaso, mas sim
uma decisão técnica, já que não havia solicitação formal do governo estadual.
Essa postura reforça a linha adotada pelo presidente Lula, que insiste em
políticas de segurança pública planejadas, com foco em resultados duradouros e
respeito aos direitos humanos.
Em resposta às críticas, o Palácio do Planalto articulou
rapidamente a criação de um Escritório Emergencial de Combate ao Crime
Organizado, anunciado em conjunto por Lewandowski e Castro após reunião no
Palácio Guanabara. A medida prevê aumento do efetivo da Polícia Rodoviária
Federal, reforço da Força Nacional e integração de dados de inteligência,
mostrando que, mesmo diante de divergências, o governo federal não se furta a
agir. O gesto foi interpretado como uma vitória política de Lula, que conseguiu
transformar um conflito em oportunidade de cooperação.
No fim, o episódio revelou mais do que um atrito entre
autoridades, ele mostrou que o governo federal está disposto a assumir
protagonismo no enfrentamento ao crime, sem ceder a pressões por medidas
midiáticas. Lula, Lewandowski e o PT saem fortalecidos, apresentando-se como
defensores de uma política de segurança pública moderna, capaz de enfrentar
facções criminosas sem abrir mão da legalidade. Já Castro, mesmo após as
críticas, acabou reconhecendo a importância da parceria com Brasília,
sinalizando que, no Rio, a disputa política pode até gerar manchetes, mas quem
dita o rumo é a capacidade de articulação do governo federal.

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