O documento, originário de um deputado de Minas e subsidiado
por parlamentares da oposição, foi engrossado por Leandro de Jesus, que alega
que Moraes cometeu abuso de autoridade, extrapolou poderes constitucionais e
transformou inquéritos como o das fake news e dos atos antidemocráticos em
instrumentos de perseguição ideológica.
Há quem enxergue o movimento como uma encenação: analistas
da oposição já preveem que, no Congresso, o processo não avançará. A pressão
seria direcionada aos palanques de militância, mais ruidoso nas redes do que
substancial em Brasília. Uma fonte próxima à articulação destaca que:
“Esse tema não deverá comover outros setores da Câmara, mas
apostam numa mobilização da militância para pressionar qualquer iniciativa no
Congresso.” Por outro lado, articuladores suspeitam que tudo faz parte de
estratégia eleitoral de olho em 2026, com disputa pela narrativa de “combate ao
STF”.
Aliados do governo federal e membros do centrão minimizam a
iniciativa. Para eles, trata-se de pauta importada, instrumentos questionados
atribuem origem americana à mobilização contra o ministro. Eduardo da Fonte (PP‑PE),
coordenador da frente parlamentar Brasil‑Estados Unidos, foi enfático, “da mesma forma que parlamentares brasileiros não têm
poder de interferir na Suprema Corte americana, os americanos também não têm
direito de interferir aqui.”
A assinatura do impeachment por deputados pode servir de
vitrine, o PL tende a usar o episódio para reforçar sua base conservadora. A
retórica de “defesa da liberdade” tem potencial de mobilização eleitoral nos
grotões.
Por outro lado, se o processo não prosperar, corre o risco
de ser visto como vazio, apenas espetáculo político sem consequências
concretas.
O impeachment de Alexandre de Moraes pelo Congresso Nacional
soa como operação de marketing político mais do que processo jurídico
viável. Combina palco midiático, militância
ruidosa e retórica de enfrentamento
institucional.
Mas o verdadeiro será se avançar, pode balançar alicerces do
STF, se estagnar, ficará como um manifesto simbólico, e eleitoral, da direita
conservadora.
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