Dólares e tornozeleira com Bolsonaro

A sexta-feira amanheceu com mais um capítulo explosivo na trajetória política do ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante uma operação de busca e apreensão autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal encontrou cerca de US$ 14 mil em espécie na residência de Bolsonaro, em Brasília.

A ação faz parte de uma investigação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado, da qual Bolsonaro é réu. Além da apreensão do dinheiro, a operação também resultou em medidas cautelares duras: o ex-presidente agora está obrigado a usar tornozeleira eletrônica, está proibido de acessar redes sociais e não pode manter contato com diplomatas, embaixadores ou outros investigados.

Fontes ligadas ao STF indicam que a apreensão dos dólares pode estar relacionada a suspeitas de financiamento irregular e até mesmo planejamento de fuga do país. A Procuradoria-Geral da República (PGR) deu parecer favorável à operação, que também incluiu buscas na sede do Partido Liberal (PL), legenda à qual Bolsonaro é filiado.

A investigação ganhou força após revelações de que Bolsonaro teria enviado R$ 2 milhões ao filho Eduardo Bolsonaro, atualmente nos Estados Unidos, levantando suspeitas sobre movimentações financeiras e articulações internacionais que poderiam interferir no processo judicial.

Durante a operação, o celular de Bolsonaro foi apreendido pela PF, o que pode abrir caminho para novas descobertas sobre suas comunicações recentes. Segundo o advogado Celso Vilardi, a defesa ainda aguarda acesso integral à decisão do STF antes de se manifestar publicamente. Por ora, não há previsão de depoimento formal do ex-presidente.

O caso também reverberou fora do Brasil. Em meio à tensão diplomática, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou o processo judicial brasileiro e impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, em um gesto interpretado por analistas como tentativa de pressão política.

Com o cerco jurídico se fechando, Bolsonaro enfrenta um cenário cada vez mais restritivo. A investigação sobre o dinheiro apreendido pode revelar conexões ainda não mapeadas entre política, finanças e articulações internacionais. Enquanto isso, o ex-presidente permanece em sua residência, monitorado eletronicamente e sob vigilância constante.

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