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Foto: Manuela Cavadas |
As iniciativas, desenvolvidas em parceria com o Instituto do
Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio), têm alcançado áreas ambientalmente
sensíveis como a APA da Lagoa Encantada, a Reserva Extrativista de Canavieiras
e a Resex de Cassurubá. Nessas regiões, o foco está na preservação da
biodiversidade, na valorização do conhecimento tradicional e no fortalecimento
das economias locais.
“A agricultura familiar é o centro de um modelo de
desenvolvimento econômico adotado pela Bahia com forte compromisso ambiental.
Ao valorizarmos práticas sustentáveis e livres de agrotóxicos, promovemos um
ciclo virtuoso de preservação do solo e segurança alimentar”, afirma Jeandro
Ribeiro, diretor-presidente da CAR. “Projetos como o Sertão Vivo e Parceiros da
Mata colocam os agricultores familiares como protagonistas das soluções
climáticas.”
Turismo sustentável: renda e preservação
Na Ilha do Amba, em Igrapiúna, inserida na APA do Pratigi, o
turismo de base comunitária se tornou ferramenta de transformação. Com
estrutura para receber visitantes, incluindo restaurante, espaço para
artesanato e energia solar, a comunidade vem mostrando que é possível aliar
geração de renda com educação ambiental.
“Nosso turismo não é de massa, é sustentável. Preserva o
mangue, valoriza nossa cultura e garante o sustento das famílias”, destaca
Rogério Limas, presidente da Associação de Pescadores e Marisqueiras da Ilha do
Amba. Ele destaca o impacto na juventude. “Nosso trabalho é fazer com que os
adolescentes fiquem, estudem e vivam aqui, sem precisar sair para buscar
oportunidades em outras cidades. Preservar é garantir futuro.”
Agroecologia e resiliência climática
Nos territórios do Velho Chico, Médio Rio de Contas, Baixo
Sul e Extremo Sul, sistemas agroecológicos, como hortas, quintais produtivos e
sistemas agroflorestais (SAFs) têm fortalecido a segurança alimentar, ampliado
a biodiversidade e reduzido os impactos das mudanças climáticas.
Exemplo disso é a comunidade de Canabrava, em Ibotirama,
onde quintais produtivos receberam irrigação, recuperação de nascentes e
meliponários, contribuindo para a polinização e proteção das abelhas nativas.
Em Souto Soares, a Associação de Povos Remanescentes de
Quilombos de Segredo já colhe resultados positivos com a implantação de
quintais produtivos e viveiros. De acordo com Fabíola Rosa dos Santos,
vice-presidente da associação, as iniciativas têm contribuído
significativamente para a segurança alimentar e a geração de renda das
famílias. “Os quintais aumentaram a biodiversidade, atraíram abelhas,
fortaleceram o solo e ainda ajudaram na redução do lixo orgânico por meio do
uso da compostagem”, relata. Fabíola também ressalta os benefícios sociais e
ambientais do projeto: “Mesmo diante da seca extrema e do racionamento de água,
os quintais seguem produzindo. É saúde física, mental e consciência ambiental
presente em cada família beneficiada.”
Energia limpa e tecnologias sustentáveis
A inovação também tem papel central nas políticas ambientais
do estado. Em Belmonte, a Resex de Canavieiras recebeu um sistema de energia
solar na unidade de processamento de pescado, promovendo economia e redução de
emissões. A tecnologia já foi replicada em diversas agroindústrias apoiadas
pela CAR.
Outras soluções sustentáveis implementadas incluem uso de
biogás, reaproveitamento de resíduos da mandioca, fogões ecoeficientes e
sistemas de bioágua, em projetos como o Pró-Semiárido, Parceiros da Mata,
Sertão Vivo e Bahia que Produz e Alimenta.
Com ações estruturadas, parcerias institucionais e
investimento contínuo, a Bahia reafirma o compromisso com o desenvolvimento
rural sustentável, demonstrando que é possível cuidar da terra, gerar renda e
preservar o meio ambiente de forma integrada. O futuro sustentável está sendo
construído agora, com políticas públicas que transformam vidas e garantem o
equilíbrio entre produção e conservação.
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