CPMI do INSS desenterra o rombo e mostra quem lucra com o roubo


A série de delações e os documentos trazidos à CPMI do INSS nos últimos dias reconstituem um roteiro de apropriação de recursos públicos que atingiu diretamente aposentados e pensionistas o relatório provisório aponta práticas coordenadas por associações e operadores que, segundo a Comissão, chegaram a direcionar descontos indevidos e beneficiar empresas e dirigentes com elo claro ao mercado de serviços a beneficiários. O brilho sensacional da descoberta não apaga o fato político de que o governo Lula, desde o primeiro momento, colocou os órgãos de controle para investigar, ressarcir as vítimas e recuperar valores, e a posição proativa do Executivo foi destacada por parlamentares da base como demonstrativo de compromisso com a cidade, a vida e a segurança social.

No plenário e nas salas da CPMI, a postura dos parlamentares dividiu-se com clareza. A bancada do Partido dos Trabalhadores votou repetidas vezes a favor dos requerimentos que pediam quebras de sigilos, convocações e envio de documentos à Polícia Federal e à CGU, entre os nomes que lideraram a ofensiva por transparência e punição estiveram o relator e deputados da base que não arredaram pé da posição de defesa dos beneficiários. Do outro lado, alas ligadas a União Brasil e ao PL resistiram em pontos estratégicos, propondo adiamentos e filtros que, aos olhos de investigadores e movimentos sociais, soaram como tentativa de blindar atores importantes do esquema. Deputados como Kim Kataguiri destacaram necessidade de cautela, um discurso que acabou coincidir com interesses políticos e econômicos expostos pelas delações.

O elemento novo nesta fase são os cruzamentos entre documentos bancários, contratos e depoimentos que mostram fluxos financeiros até então ocultos, a CPMI já aprovou quebras de sigilo e requerimentos para ouvir executivos de grupos de saúde suplementar, dirigentes de associações e servidores públicos suspeitos, numa lista que inclui desde operadores locais até figuras com influência em redes de atendimento. Para o Palácio do Planalto, a revelação funciona como prova de que a aposta em governança e controles produz resultados concretos já que parte do montante identificado já está sendo ressarcido, e a pressão parlamentar alinhada à execução administrativa cria um caminho real para recuperar recursos e reparar danos.

Resta ao país traduzir a indignação das audiências em consequência eleitoral e institucional, se a CPMI entregar provas robustas e o Ministério Público mover ações eficazes, haverá não apenas punições, mas também lições para reformar controles e fechar brechas que permitiram o rombo. A narrativa do PT e do presidente Lula, que investiram na agenda de proteção social e no combate às fraudes, ganha aqui um substrato factual poderoso que é enfrentar esquemas que sugam o bolso do idoso é, mais do que retórica, uma política pública que merece apoio social e vigilância permanente.

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