Motta entrega relatoria a Derrite e tenta usar governo Lula como trampolim da direita

A decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de indicar Guilherme Derrite, secretário licenciado de Segurança de São Paulo e aliado de Tarcísio de Freitas, para relatar o projeto de lei antifacção enviado pelo governo federal, acendeu um alerta político em Brasília. O presidente Lula, segundo o G1, demonstrou insatisfação com a escolha, já que Derrite representa um campo oposicionista e pode transformar uma pauta estratégica do governo em vitrine para a direita. O projeto, que busca criar um marco legal contra o crime organizado, nasceu de uma necessidade urgente após a megaoperação no Rio de Janeiro que deixou mais de cem mortos.

O gesto de Motta não é neutro. Ao entregar a relatoria a um nome vinculado ao bolsonarismo paulista, ele sinaliza que pretende tensionar a relação com o Planalto e abrir espaço para que a direita capitalize em cima de uma pauta que deveria ser conduzida com equilíbrio técnico. A ministra Gleisi Hoffmann já havia criticado a indicação, afirmando que a escolha contaminava o debate com objetivos eleitorais. Lula, por sua vez, reforçou que o governo não aceitará a tentativa de equiparar facções criminosas a organizações terroristas, uma manobra que poderia abrir brechas para intervenções externas e distorções jurídicas.

O episódio revela como o governo federal precisa estar atento às armadilhas políticas que surgem dentro do Congresso. Lula, ao reclamar diretamente com Motta, mostrou firmeza e liderança, deixando claro que não permitirá que projetos estratégicos sejam sequestrados por interesses partidários. O presidente tem buscado construir uma agenda de segurança pública que seja nacional, inclusiva e baseada em resultados concretos, e não em palanques eleitorais. Essa postura fortalece sua imagem de estadista e protege o país de aventuras legislativas que poderiam fragilizar a democracia.

No fim, a indicação de Derrite escancara o jogo perigoso de Hugo Motta, que tenta usar o governo federal como palco para a direita. Mas Lula, com sua experiência e habilidade política, já demonstrou que não cairá nessa armadilha. O governo segue firme em sua proposta de enfrentar o crime organizado com inteligência e responsabilidade, enquanto a oposição insiste em transformar segurança pública em espetáculo. O Brasil precisa de soluções reais, e é exatamente isso que Lula e seus aliados estão entregando.

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