Governador vira o jogo e mostra que polícia pode salvar sem matar

A recente megaoperação no Rio de Janeiro, que deixou mais de uma centena de mortos em apenas dois dias, reacendeu a pressão sobre governadores em todo o país. Enquanto estados como Rio e São Paulo enfrentam críticas pela escalada da letalidade policial, a Bahia, sob comando de Jerônimo Rodrigues (PT), tem conseguido apresentar resultados diferentes. O governo baiano lançou em outubro um plano de ação com metas claras para reduzir em pelo menos 10% por semestre as mortes em intervenções policiais, medida publicada no Diário Oficial e elogiada por especialistas em segurança pública.

Jerônimo tem insistido que segurança pública não pode ser tratada como espetáculo de violência, mas como política de Estado. Em entrevistas, o governador afirmou que cada morte em operação policial representa uma derrota para a sociedade, e que sua gestão busca equilibrar firmeza no combate ao crime com respeito à vida. Essa postura contrasta com a lógica de confronto que marcou operações recentes em outros estados, onde a letalidade disparou e gerou protestos de organizações de direitos humanos.

Na prática, a Bahia já começa a colher frutos dessa mudança de estratégia. O plano prevê premiações para unidades policiais que reduzirem mortes em serviço, além da ampliação do uso de câmeras corporais e maior investimento em inteligência. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o estado, que historicamente liderava o ranking de letalidade policial, registrou queda nos índices nos últimos meses, sinalizando que a política de Jerônimo pode se tornar referência nacional.

Enquanto governadores de outros estados enfrentam cobranças duras após operações sangrentas, Jerônimo Rodrigues se fortalece politicamente ao mostrar que é possível enfrentar o crime sem transformar comunidades em campos de guerra. A Bahia, que já foi símbolo da violência policial, agora começa a ser vista como laboratório de uma nova abordagem com menos mortes, mais inteligência e maior confiança da população nas instituições. A pressão nacional, que derruba reputações, na Bahia acabou se transformando em vitrine de inovação política e social.

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