A soltura da influenciadora não é apenas um fato jurídico,
mas um retrato da força que as redes sociais exercem sobre a vida pública.
Melissa acumula mais de 320 mil seguidores e vídeos que ultrapassam um milhão
de visualizações, transformando sua narrativa sobre o uso da maconha em um
fenômeno digital. O que antes era visto como militância cultural agora se
mistura com acusações pesadas, e a linha entre liberdade de expressão e
apologia ao crime se torna cada vez mais tênue.
O caso expõe uma contradição que incomoda, pois enquanto
parte da sociedade defende a descriminalização da maconha, outra vê na figura
de Melissa um símbolo perigoso de glamourização do tráfico. Sua saída da prisão
reacende debates sobre até onde a influência digital pode ir sem esbarrar na
lei. A Justiça, ao impor restrições, tenta equilibrar direitos individuais e
proteção coletiva, mas o impacto de sua volta ao convívio social será medido
nas próximas semanas.
Melissa Said, ao retomar sua rotina, carrega consigo uma
marca que dificilmente será apagada. Para uns, ela é vítima de perseguição e
preconceito, para outros, cúmplice de um esquema que não pode ser romantizado.
O escândalo, típico das manchetes que parecem saídas do Notícias Populares,
revela mais sobre nós do que sobre ela e a sociedade baiana continua dividida
entre o fascínio pelo espetáculo e o medo de que a vida real esteja se tornando
um palco perigoso demais.

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