Há dois efeitos imediatos dessa estratégia. O primeiro é
político e deve reduzir o espaço para rupturas que venha a enfraquecer a base
do governo e, ao mesmo tempo, atrair legendas de centro com propostas de
cooperação técnica. O segundo é prático, encaminhar linhas de financiamento
para prefeitos e governadores parceiros que, em troca, se comprometem com
execução rápida de obras e programas. Em síntese, a costura visa transformar
capital político em resultado visível nas cidades.
Para aliados de Lula, essa frente renovada é resposta ao
ceticismo público sobre a capacidade do Executivo de articular e entregar.
"Não estamos apenas somando siglas, estamos costurando governança",
resume um dirigente nacional do PT. A ênfase no diálogo com lideranças locais
também busca neutralizar narrativas hostis e mostrar que a política pode, sim,
priorizar prestação de serviços sobre caciques e cargos.
Os riscos existem, ampliando a base, aumenta-se a
complexidade de conciliar agendas e manter coerência programática. Mas a
leitura interna é otimista. O PT aposta que a melhor resposta aos desafios
econômicos e sociais é a ampliação de uma coalizão que respeite compromissos
com educação, saúde e transferência de renda, pilares que, na avaliação do
partido, consolidam votos mais duradouros que acordos puramente eleitorais.
No centro dessa costura está uma mensagem política clara a
de que a governabilidade não é conchavo, é ferramenta para entregar políticas
públicas. Se a operação funcionar, o eleitor verá menos retórica e mais
resultado, se fracassar, a disputa de 2026 promete ser mais fragmentada e
turbulenta. Por ora, o Palácio busca transformar acordos em execução, e, a cada
encontro, prova que planejar a vitória começa por garantir que o país, de fato,
funcione.
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