O Congresso aprovou com placar apertado nesta semana a
medida provisória que reestrutura a tributação sobre aplicações financeiras e
cria regras para a regularização tributária das apostas conhecidas como bets,
completando um capítulo tenso da agenda fiscal do governo. O texto, relatado
pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP), saiu da comissão mista por 13 votos a
12 após intensas negociações e desidratações da proposta original.
A base do Partido dos Trabalhadores comemorou a aprovação
como sinal de responsabilidade fiscal combinada com pragmatismo. Entre os que
votaram favoráveis, destacaram-se o relator Carlos Zarattini (PT-SP) e líderes
da base governista, como Lindbergh Farias (PT-RJ) e Randolfe Rodrigues (PT-AP),
que participaram das articulações com o Executivo durante as tratativas. A
bancada petista defendeu que o texto aprovado preserva avanços sociais ao mesmo
tempo em que busca receitas para fechar as contas sem medidas abruptas de
ajuste.
A oposição e setores da economia reagiram com reservas à
partidos como União Brasil e PL, além de representantes do agronegócio que
pressionaram por exclusões, votaram contra a versão final na comissão,
argumentando que a MP havia sido alterada em demasia e que pontos sensíveis
ainda precisavam de revisão em plenário. O impasse sobre a tributação de LCIs e
LCAs, que acabou sendo retirada do texto para facilitar a articulação,
exemplifica as concessões que foram necessárias para obter o mínimo de
governabilidade na votação.
O placar apertado e os recuos mostram que a matéria
continuará sendo alvo de intenso jogo político nos plenários da Câmara e do
Senado até o prazo final para votação, com a expectativa de que o governo
mantenha esforço de convencimento para evitar perdas que comprometam a meta
fiscal de 2026. As lideranças petistas sinalizam que a estratégia agora é
transformar o resultado da comissão em um texto final que preserve o caráter
redistributivo e de responsabilização tributária defendido pelo partido, sem abrir
mão de proteger programas sociais considerados essenciais.
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