União Brasil e PP se engalfinham por trono partidário na Bahia

A Bahia vive um cheiro de pólvora política no ar. Nos bastidores da nova federação partidária formada entre União Brasil e Progressistas (PP), o que era para ser um casamento estratégico virou uma briga de foice no escuro. A disputa pela presidência da federação na Bahia escancarou o que muitos já suspeitavam, não há aliança que resista quando o poder está em jogo.

De um lado, caciques do União Brasil tentam manter o controle da máquina partidária, alegando “peso histórico” e “capilaridade eleitoral”. Do outro, o PP, embalado por um crescimento silencioso nas últimas eleições municipais, exige protagonismo e quer a cadeira de comando. O clima é de tensão máxima e com direito a troca de farpas em reuniões internas e ameaças veladas de rompimento.

Fontes próximas aos dois grupos revelam que a disputa já ultrapassou os limites da diplomacia. “Tem gente que não se cumprimenta mais. A coisa tá feia”, confidenciou um dirigente que pediu anonimato. A presidência da federação, além de garantir controle sobre recursos e tempo de TV, será decisiva na montagem das chapas para 2026. E ninguém quer ficar com o papel de coadjuvante.

Nos corredores da Assembleia Legislativa, deputados aliados tentam apagar o incêndio, mas a base está rachada. A briga já respinga em prefeituras do interior, onde lideranças locais estão sendo pressionadas a tomar partido, literalmente.

Enquanto isso, o eleitor assiste de camarote à novela partidária, que mistura ambição, vaidade e cálculo eleitoral. A federação, que deveria unificar forças contra adversários externos, virou um ringue interno. E como diria o compositor Antônio Barros Silva, “se correr, o bicho pega. Se ficar, o bicho come,” na música que ficou conhecida na voz de Ney Matogrosso.

A pergunta que fica é: quem vai sentar no trono, e quem vai sair ferido da batalha?

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