Dessas candidaturas, 133 foram eleitas, entre vereadores,
vereadoras, prefeitos e vice-prefeitos, especialmente em pequenas cidades do
interior do Nordeste, incluindo Bahia, Pernambuco e Ceará. Em Pernambuco, 43
nomes foram lançados pelo MST, com quatro assentados eleitos vereador e mais
quatro aliados eleitos com apoio do movimento.
Entre os eleitos, está Edilson Barbosa, de Caruaru (PT‑MST),
agricultor dirigente local, que leva ao plenário
prioridades como abastecimento hídrico e
agricultura familiar. Tato Mendes, jovem articulador LGBT de João Alfredo, teme pela saúde
pública e representa uma nova geração. Outros nomes como Lucas Souza (Ibimirim) e Auzenir Santos
(Santa Maria da Boa Vista) mostram diversidade de gênero,
raça e territórios,
a representação vira tribuna de um povo antes
sem voz.
Em âmbito estadual, o destaque é Rosa Amorim, eleita
deputada pela Alepe (Pernambuco) aos 25 anos, negra, lésbica e militante desde
a infância em assentamentos. Com mais de 42 mil votos, ela é símbolo de uma
geração que não espera portas abertas — planta-a com suas mãos.
Este movimento eleitoral não se explica por ambição
individual: é resultado de um trabalho de base enraizado, que vincula campanha
a comunidade, luta social a mandato. Como pontuado por leitores no Reddit:
“Não é campanha não, é trabalho de base. É estar presente na
vida do trabalhador todos os dias e não só no período eleitoral.”
“O que o MST tem que os outros partidos não têm é uma
estrutura forte, usada para ter ganhos reais”.
A trajetória também ecoa nas candidaturas negras e indígenas
que emergem fora da lógica partidária tradicional, buscando reconstruir a
democracia desde o território popular.
O movimento que antes plantava na terra agora semeia no
plenário.
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