Netinho,
gente....
Desculpa aí, galera; mas a Milla
que eu compus é Daniela Mercury futebol clube, tá?
A Milla da música é amor!
É liberdade!
É diversidade!
Jamais seria tortura, homofobia,
xenofobia, preconceito.
Jamais seria ligada à milícia ou
laranjas.
A música “Milla” tem que estar
conectada ao lúdico, alegre, divertido, adolescente, amoroso... jamais à essas
pessoas horríveis que admiram Bolsonaro e criticam colegas de trabalho por pura
maldade, inveja ou burrice.
A Milla fala de mil e uma noites
de amor. De alto-astral. De uma lembrança boa e inesquecível; às vezes dolorosa
como ferida aberta; eterna como tatuagem.
Eu compus essa música quando era
militante do PV (quando o PV era um partido de esquerda).
Eu andava de bata. Fumava maconha
e queria ser professor de história.
Milla jamais seria composta por
um admirador de Bolsonaro.
Porque um admirador de Bolsonaro
de 19 anos, idade em que compus Milla, não ia saber falar para a pessoa que
amava que ela era a Ilha do Sol dele. Que ela representa a paz, o amor, a
saudade, e as coisas mais puras e bonitas que há em uma relação carinhosa e
amorosa.
Milla é uma música simples.
Bonita. Fofa. Linda.
Como a pessoa e o sentimento que
me inspiraram.
Milla não é fruto de ódio ou
torturas.
Milla é pra quem ama. Pra quem
chora. Pra quem luta.
Milla é a esperança de dias e
pessoas melhores. Milla não faz arminha na mão.
Não critica a liberdade sexual.
Milla é um sorriso gostoso.
Coloquei o nome de Tuca na
composição que fiz.
Era pra ser assim. Naquele tempo,
nossas conexões permitiram que fosse assim.
Mas Milla é minha. É minha alma.
Sou eu falando.
Tem muito amor e cumplicidade na
história dessa música. Que nos enriqueceu.
E minha maior riqueza é ouvir
Milla sendo tocada e cantada até hoje.
Milla é mais que uma música; é
uma história.
Que teve em Netinho, um
homossexual não assumido-gente-boa, uma voz.
Não um reaça. Não esse cara de hoje.
O problema não é nem ele ter
votado em Bozo.
Conheço um monte de gente que
votou naquele imbecil.
Milla pode alegrar o coração até
de quem votou em Bozo.
O problema de Netinho é o que ele
virou.
Um rapaz que rebate sua colega de
profissão, Daniela, com memes e ironias, por ela querer defender o diálogo.
Um rapaz que virou um
constrangimento.
Um outdoor de vergonha e
retrocesso medieval.
Esse rapaz de hoje jamais faria
sucesso com Milla.
Para ele, a história de Milla
ficou pra trás.
Acabou.
Milla agora é símbolo de
RESISTÊNCIA!
Milla Livre! Lula Livre!
A Milla da música não tem nada
haver com o personagem constrangedor que Netinho virou.
Que NUNCA MAIS vai gravar Milla,
ou Pra Te Ter Aqui, ou qualquer coisa que eu compuser.
Não quero estar perto dessa gente
que posa de gente, que fala de um Deus malvado, que apoia Ustra!
Qual o sentimento que é pra gente
ter sobre Netinho?
Pena, constrangimento ou vergonha
alheia?
Naufrague com sua maldade,
Netinho.
Se achasse que você só está ainda
doente, não te escreveria isso.
Você está são e completamente
conectado com esse governo inacreditavelmente perverso.
Não me chame de amigo.
Não sou seu amigo.
Não quero mais ser seu amigo.
Você não merece Milla.
Bicha
burra.
Gostei de sua sinseridade e coragem.
ResponderExcluirMe identifico.
Tbm não me calo diante de pessoas que escolhem esse caminho nefasto, hipocrita e fascista na qual estamos tendo a oportunidade de reconhecer claramente quem são. Ñ estou a guerrear, mas tbm não estou a oferecer minha amizade a esse tipo de gente que não merece. Viva sim o amor, a diversidade, a liberdade de ser quem quiser (sem passar por cima ou desrespeitar ninguém). Luz p quem é de luz. Deixa o ódio p quem tem, como diz Chico Buarque.
Disse tudo e um pouco mais. Netinho teve a última pá de cal jogada na cara. Rip
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