No Congresso Nacional ele era conhecido
como um “doidim”. Aquela pessoa inconveniente, que fala e faz tudo fora da hora.
E ninguém acreditava que que suas maluquices o levasse a presidência da república.
Nem mesmo durante a campanha eleitoral, alguns dos quais chegaram a conviver no
“baba” dos deputados, achava que isto fosse possível.
Era comum para aquelas pessoas
ver um deputado insignificante arrumar brigas com as minorias que iam a
Brasília defender direitos. Muitas das vezes ele estava fora da Câmara e ao
receber uma ligação, saia às pressas. E foi assim que todos foram se
acostumando em o ver em jornais em rede nacional.
Bolsonaro criou um estilo e as
minorias caíram direitinho em suas provocações. Um certo dia, nos corredores da
Câmara outro deputado o viu apressado e perguntou para onde ele estava indo.
Recebeu a reposta de que iria azucrinar uns viados e sapatões que estavam
reunidos em uma das salas de comissões.
Dias depois, no futebol, as
gargalhadas eram grandes. Todos falavam da briga que aconteceu. Perguntado o
que fazia tanto para deixar o povo tão raivoso, respondeu, “nada. Eu chego onde
eles estão, me posiciono perto dos câmeras de TV e sento. Eles nem dão início
as reuniões e começam a questionar a minha presença ali. Eu digo que tenho o
direito de estar, e pronto, estarei em todos os jornais do dia e do seguinte”. E
todos riam daquilo.
E foi criando essas ilusões de
que defendia a família tradicional junto a população, que aos poucos foi
contaminada com informações da grande imprensa, que alguém tão inexpressivo chegou
a presidência do Brasil. Do nada ele se tornou o “defensor dessa gente do bem”,
que consumiu do Kit Gay a Mamadeira de Piroca, de evangélicos acreditarem que
ele era um, dos católicos verem fotos de imagens de Nossa Senhora Aparecida na residência
do mesmo e todos acharem esse carnaval tão normal. Vibrarem quando um
homossexual, negro, pobre, favelado, nordestino é agredido nas ruas, praças e
redes sociais. E o mais inacreditável nessa onda que tomou o Brasil, é que
grande parte dos que consomem suas loucuras, fazem parte das classes desprezadas
por Bolsonaro e sua família.
No meio esportivo se diz que “em
time que está ganhando não se mexe”. A família acredita nisto e continua usando
a mesma tática da provocação, e assim vai mantendo a militância e personagens
de destaque na esquerda mobilizados para responder diariamente suas afrontas.
Agora, todas as vezes que está em desvantagem, Bolsonaro solta algum absurdo e
consegue monopolizar o debate. O caso da esposa é um deles, que após ter
recebido, segundo as informações do futuro presidente, um cheque de R$
24.000,00 reais do motorista de um dos seus filhos, o Flávio Bolsonaro, ficou
conhecida como “Micheque”. Esta semana, durante uma manhã, ela apareceu com uma
camisa onde tinha uma frase provocativa. A noite o motorista Fabrício Queiroz
apareceu no SBT – Sistema Brasileiro de Televisão para dar explicações de sua
fortuna. Tudo dentro do script para desviar a atenção do que realmente
importa neste caso: Fabrício é ou não “laranja” da família?
A esquerda perde tempo com as
provocações de Bolsonaro. Seus líderes precisam parar de perder tempo com elas
e focar no principal que é uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito no
Congresso Nacional para investigar o uso do whatssap e a propagação de mentiras
no período eleitoral que influenciaram o resultado final. Fora disso, é enxugar
gelo dentro de um freezer.
Quando se trata de potencializar o que existe de pior em cada um, ele é bastante expressivo!
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