Se tem alguém que nunca foi
abandonado pela militância do Partido dos Trabalhadores, essa pessoa é o
ex-ministro Zé Dirceu. Talvez por isso existiu no momento de sua prisão um clima de velório entre
aqueles que, a despeito de receberem agressões diárias nas redes sociais,
estiveram ao seu lado o defendendo e mostrando a perseguição que ele sofre de
parte da justiça brasileira.
Milhares de pedidos foram
postados na internet, milhares de mensagens foram enviadas diretamente a ele.
Até sua ex-esposa pediu para que ele não se entregasse. Mas Dirceu tomou a sua
decisão de cumprir a determinação da "justiça". Diferente do que a maioria
esmagadora queria.
Pedidos de que fosse a uma
embaixada e pedisse asilo, sair do país e até mesmo viver ilegalmente dentro do Brasil, foram
feitos. Mas nada disso o fez mudar de ideia.
Dias antes de sua prisão eu enviei uma mensagem a uma pessoa bem próxima dele, onde dizia, “eu prefiro um
líder na ilegalidade comandando a militância, que um líder preso e sem poder
falar”. Recebi a resposta, “fique tranquilo, estamos preparados para o
momento e para a consequência dele, sairemos maiores e vitoriosos”. Foi aí que lembrei
da passagem do livro Papillon, que condenado na Guiana Francesa por um crime
que não cometeu o advogado dele lhe fala, “Não há qualquer prova contra você,
tenho confiança, seremos absolvidos. Acho graça nesse “seremos”. Como se ele, o Dr. Hubert, fosse comparecer perante o
tribunal como culpado e, se houvesse condenação, também tivesse que sofrê-la”. René Belbenoît foi condenado a prisão perpetua. Na cadeia, na Ilha do Diabo, ele liderou um grupo de presidiários que fez várias tentavas de fugas. Logrando exito, vieram para o Brasil. Ele morreu em 1078 e está enterrado na Vila Surumú, no
norte do Estado do Pará, hoje parte da Terra Indígena São Marcos.
Não satisfeito, pois já se
percebia que a decisão seria por se entregar, no dia da sua prisão, eu enviei
diretamente ao Zé um “boa tarde Comandante! Estou em oração hoje. Força!”. E
recebi uma resposta em áudio de quem estava ciente da sua importância e
do que deveria, por decisão própria, fazer. “Camarada Dimas, muito obrigado
pela força, pelas orações. Estou precisando mesmo. Estou firme aqui”. Voz pausada e firme, de quem não estava se entregando, mas de quem usará a prisão para denunciar ainda mais a perseguição que ele e outros petistas estão sofrendo.
Durante alguns dias vi e li
muitas mensagens de quem, até agora, não conseguiu entender o porquê do
Comandante Zé Dirceu ter se entregado a polícia federal. Mas percebi, que mesmo
preso político, ele não está abandonado. O impacto inicial já foi digerido e a
hora é de Lula e Zé Dirceu Livres!
Foto: Lula Marques.
Materia muito boa,reflete muito o que nós estamos pensando e sentindo.Só nós resta esperar que a justiça seja feita. Só nós resta lutar.
ResponderExcluirMateria muito boa,reflete muito o que nós estamos pensando e sentindo.Só nós resta esperar que a justiça seja feita. Só nós resta lutar.
ResponderExcluir