O Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Químico e Petroleiro da Bahia promoveu, no dia 4 de setembro, o seminário "Anistia Política: 30 anos em busca de uma justa reparação". O evento, realizado no auditório do sindicato, no Tororó, contou com pronunciamentos de pessoas consagradas no processo de luta pelo fim da ditadura militar.
O deputado federal e ex-preso político Emiliano José (PT-BA) ressaltou que a luta pela anistia política continua até hoje, e que os torturadores que estão vivos têm que ser submetidos a uma punição. "Precisamos conseguir a anistia para aqueles que sofreram repressão e ainda não foram recompensados. É um direito dos que lutaram na época. É o reconhecimento da repressão".
Emiliano disse que a sua geração acreditou na derrota da ditadura e que, naquele período, foi construída uma sociedade civil muito unida. "Derrotar a ditadura foi essencial às nossas vidas. Foi a luta de massa que conseguiu essa vitória. E a campanha das Diretas Já foi um marco decisivo nesse processo. O povo brasileiro se colocou nas ruas e disse não à repressão militar", recordou o deputado.
Representando o grupo Tortura Nunca Mais, Carlos Marighella (filho de Marighella) expressou a sua insatisfação: "Não suportamos mais tanta protelação. Quero esses processos andando ainda neste mês. Não é justo que até hoje não tenham dado um ponto final nessa história".
Apesar de reconhecer o empenho do presidente Lula e o esforço de Ministro Tarso Genro, em atenuar a dignidade de milhares de brasileiros atingidos pela ditadura militar, concordo com o presidente da Comissão de Anistia Paulo Abrão quando ele admite haver injustiças nas indenizações, dou como exemplo o meu caso, processo nº 2002.01.11530. Por participar da luta contra o golpe de 1964, greves de trabalhadores, movimentos pela redemocratização do país e ter-me colocado contra a corrupção, nepotismo, gastos excessivos, transporte de material radioativo sem atender requisitos de segurança e inúmeras ilicitudes no âmbito da administração da INB(Indústrias Nucleares do Brasil) em plena ditadura militar, fui interrogado no famigerado SNI e posteriormente demitido. Desde então tenho enfrentado todo o tipo de intimidação, perseguição e constrangimento, inclusive nos governos dos presidentes FHC e LULA, fatos que me levaram a trabalhar na informalidade. A portaria nº 1942, de 14.10.2008, do Ministério da Justiça, ratificou a declaração de anistiado político, porém negou-me o pagamento da prestação mensal permanente e continuada.
ResponderExcluirIndago: -O que difere a minha anistia às concedidas ao jornalista Cony, ao cartunista Ziraldo ou ao metalúrgico Lula, perante a lei 10.559?
Roberto Machado