Onde esse pessoal esteve escondido durante tanto tempo?



O final de semana que passou foi marcado por manifestações de apoio aos dois principais candidatos à presidência da república este ano. Enquanto Fernando Haddad (PT) era recebido em várias cidades do Nordeste, com manifestação de milhares de pessoas nas ruas apoiado e gritando o nome dele e do ex-presidente Lula. A turma que quer ver Jair Bolsonaro como mandatário do país também fez carreatas de adesão e mobilizou gente para isto.

No Recife Haddad juntou Petistas, simpatizantes e a turma do governador Paulo Câmara (PSB). Uma multidão percorreu o centro da cidade, que foi comparada ao desfile do Galo da Madrugada no período momesco. Na divisa entre Juazeiro na Bahia e Petrolina em Pernambuco, a ponte presidente Dutra, que separa os dois estados, foi invadida por manifestantes e mostrou que no Nordeste o Petista já é o mais popular entre os candidatos.
Em algumas das cidades nordestina pessoas saíram em seus carros em grandes carreatas mostrando seu apoio a Bolsonaro.

Entre esses dois grupos distintos há algo a ser destacado para cada um. Enquanto a turma de Haddad cantava suas músicas de campanha, gritava o seu nome e faziam juras de amor e paz para o Brasil. No domingo, 23, em Recife durante uma caminhada dos Bolsonaristas, em um carro de som tocava um funk com uma letra, no mínimo desrespeitosa, “dou para CUT pão com mortadela e para as feministas, ração na tigela. As mina de direita são as top mais belas, enquanto as de esquerda têm mais pelos que as cadelas”. Uma versão do “baile de favela”. Composição do MC João.

Nas redes sociais o que se viu foi um festival de frases prontas, quase sempre agredindo moralmente o adversário, fotos com homens e, inimagináveis antes, mulheres fazendo o gesto com as mãos, de uma arma atirando. Esta é a principal marca da campanha do candidato. Mais inacreditável foi ver evangélicos fazendo o mesmo gesto nas fotos. Pessoas que antes viviam pregando a paz e o amor, que falam em nome de um deus, (minúsculo mesmo), que antes era desconhecido de todos nós. O evangelho que essa turma lê não deve ser aquele em que Lucas 2:29 diz “Ao que te bate numa face, oferece-lhe igualmente a outra”. Jesus Cristo deve estar envergonhado dessa turma que leu, mas não entendeu o que ele pregou.

O envenenamento político atualmente no Brasil se deve ao PSDB – Partido da Social Democracia Brasileira, e mais especificamente ao candidato derrotado na última eleição para presidente, Aécio Neves. Que intoxicou a classe política ao não reconhecer a vitória de Dilma Roussef e trabalhou no congresso nacional a aprovação de Leis que inviabilizaram a administração pública.

Mas onde estavam essas pessoas que saem às ruas para agredir moralmente e com ataques a pessoas que discordam do pensamento delas? Porque antes não víamos essas manifestações tão espontâneas na sociedade? Na verdade elas sempre estiveram presentes. Só que agora, com o silêncio complacente das policias e da justiça, os bichos estão soltos e cada um que queira, pode expressar seus desejos adormecidos. Atacar nas redes sociais, fazer gestos que configuram uma arma, só reforça a ideia de que todos esses sentimentos animais já estavam dentro de cada pessoa. Eles só estão extravasando o que sentem pelo próximo. Assim são as mulheres, negros, homossexuais e tantos grupos minoritários que sempre foram desprezados pelo candidato da direita e que agora vão às ruas pedindo para que votem nele.

Essa eleição será a disputa de um projeto de desenvolvimento e a retomada dos programas sociais para as pessoas de baixa renda e o daqueles que, sem projeto se escoram nos bichos escrotos que vivem dentro de cada um deles.

Não é hora de brincar de eleição


(imagem da internet)

O Partido dos Trabalhadores e outros mais à esquerda se notabilizaram durante o período em que vivemos em ditadura militar (64). Eles lançavam candidatos nas eleições para “marcar posição”. Era o que se tinha para fazer naqueles tempos sombrios. Era até charmoso ir a disputa sabendo que a derrota era certa. Mas era, também, uma oportunidade que se tinha para fazer a denúncia pública das mazelas que foram e eram praticados pelo regime militar.

Mas estes já são outros tempos e não queremos ele de volta novamente.

As eleições deste ano não são para marcar uma posição política. Elas devem ser para ajustar os caminhos da democracia que foram desfeitos quando do impedimento da então Presidenta Dilma Roussef. Uma história triste para o Brasil e que deve servir, para toda a esquerda e a centro-esquerda, como exemplo do que não podemos deixar acontecer novamente.

De um lado nós temos, com reais chances de ir ao segundo turno Fernando Haddad (PT) ou Ciro Gomes (PDT). Um, ou outro, irá enfrentar o candidato, se não acontecer algo muito desastroso, Bolsonaro (PSL). O eleitor terá a oportunidade de decidir entre dois projetos, com Haddad ou com Ciro, o do retorno de políticas sociais que privilegie os mais pobres. E o do outro candidato que, ninguém sabe ainda o que tem a oferecer. Já que não há um plano de governo, e sim palavras soltas ao vento com raiva e ódio de classe.

No segundo turno será, a vez da retomada do desenvolvimento ou o caos. E quem decide isto será eu e você eleitor.

De que lado você vai querer estar na história?

Exclusivo: Entrevista com Zé Dirceu para o Blog

SEM-BRAÇOS (Por Leandro Fortes)


 Tanta gente, tantos coleguinhas jornalistas, mulheres inclusive, que colaboraram com aquele impeachment fraudulento de Dilma, por ação ou omissão, agora se cagando nas fraldas com medo do Bozo.

Sinto dizer, mas o Bozo nasceu mais de vocês do que das bestas quadradas que o seguem e admiram.

O Bozo é resultado da defesa corporativa de jornalistas submissos e servis, em nome de uma liberdade de imprensa capenga e falaciosa.

O Bozo é filho do anti-petismo senil que vocês ajudaram a disseminar sendo insentões quando, na verdade, buscavam apenas um patrão para chamar de seu e puxar o saco.

O Bozo é fruto do machismo selvagem que surgiu na Copa de 2014, quando uma turba de retardados mandou Dilma tomar no cu, para o mundo todo ouvir, e vocês ficaram caladinhos,  acharam graça, até.

O Bozo nasceu do bucho podre de cada um que se calou quando decidiram ignorar a Constituição e o Estado de Direito para perseguir, humilhar e prender o maior presidente e mais importante líder popular que o Brasil já teve.

Então, estou vendo muita mocinha arrependida entrando na luta das mulheres contra o Bozo, e muito rapazote arrependido, com medo de ter a cabeça rachada por um fascista.

Eu os perdoo.

Mas não esqueço.


Por Leandro Fortes.

Liga das Nações: o fim dos "jogos baratos" na Europa


Está rolando o novo campeonato entre nações europeias, e estranhamente a emissora campeã de audiência no Brasil e suas coligadas decidiram ignorar. Nada mais estranho para um país que já se acostumou a assistir aos grandes campeonatos de futebol no mundo, cada vez mais populares por aqui. Muitos como eu queremos ver mais futebol de qualidade, e menos um "brasileirinho" vitrine de carnes novas para os europeus adquirirem a preços módicos.

Um grande problema, entretanto, suscita algumas questões. Enquanto as seleções da América do Sul aproveitam a tal "Data Fifa" para amistosos que geram dinheiro e não servem para mais nada, as equipes europeias "treinam" pra valer. Uma nova competição substitui boa parte dos amistosos entre as equipes do velho continente. Menos 'friendly", e mais "hardly", jogos que confrontam grandes seleções e que valem um título.

A UEFA já promove a Eurocopa, que só perde em importância para a Copa do Mundo.  Enquanto isso, abaixo do Equador se disputa uma fraquíssima Copa América onde, salvo raras exceções, Brasil e Argentina são aguardados para disputar o título, e muitos dos jogos são tratados como amistosos de luxo.

Todo mundo do futebol sabe que são as partidas à vera que preparam as grandes equipes, e os europeus praticamente viverão essa realidade todos os anos, o ano inteiro. Não tem mais brincadeira nem jogos caça-níqueis. O que significa que chegarão na Copa do Mundo cada vez mais fortes.

Quando as seleções sul americanas são eliminadas uma por uma nas fases distintas da maior competição entre nações, atribuímos ao acaso, fatalidade, mau dia do nosso craque. Experimentou culpar ter que se digladiar com um adversário melhor preparado, melhor entrosado?

A saída aponta para a CONCACAF e a COMEBOL se juntarem para copiar esse modelo, criando uma grande liga de seleções envolvendo toda a América, como uma alternativa para buscar fortalecer o futebol no continente como um todo. Do contrário, os europeus dominarão de vez a Copa do Mundo, e Brasil, Argentina, Uruguai e demais postulantes do Hemisfério Sul vão se juntar às exóticas equipes da África, Ásia e Oceania, para as quais "O importante é participar".


Por: Everaldo de Jesus, jornalista e mestrando em História pela Universidade Estadual da Bahia