O golpe está materializado,
comprovado, publicado e até grifado por integrantes das forças armadas, às
vésperas do julgamento, ocorrido alhures, nas redações.
Os que engendraram o golpe,
abjeta turma, se não se segurarem na sela, vão para a cela. Eles têm tudo a
perder. Vão até o fim. A responsabilidade história de nossa geração é
gigantesca. Sobreviver ao domínio do estado de exceção, à violência
institucionalizada, ao fascismo e caça às bruxas. E, ainda assim, resistir.
Como já foi dito nas redes, a
coisa está tão ruim que a gente só ganha nas eleições. O extremismo é uma
tentação, mas que é preciso resistir, sob pena de perder o único campo em que
ganhamos.
Quem deu o golpe agora espera
o pretexto para adiar as eleições. Ou o fará sem ele, se bem lhe convier. Uma
década de golpe é uma conjuntura crível nesse momento. Lula, de perseguido
político, passará à condição de preso político. E nós seremos também
perseguidos. O golpe não termina amanhã. Há uma luta dentro das forças armadas
e há inteligência militar no golpe.
Só as eleições podem restaurar
a democracia. O resto é desejo.
Agora a caravana é nossa. E é
preciso decidir, com os olhos no horizonte, por onde ela passa.
Por Charles Carmo
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