Para muitas mulheres, receber um diagnóstico de câncer de
mama é ainda mais doloroso porque, com ele, vem o fim do sonho de ser mãe.
Mito. "Uma vez que a paciente tiver um tratamento com sucesso, não há
contraindicação de engravidar", explica a mastologista, Cynthia de Jesus.
Cynthia lembra que a mulher moderna engravida cada vez mais
tarde. “Hoje em dia a mulher pensa primeiro em terminar a faculdade e
trabalhar, só depois pensar em programar um filho. Ao conversar com uma
paciente jovem, que tenha o câncer de mama, é preciso explicar que o tratamento
pode alterar a fertilidade, mas que é possível engravidar”, disse a
mastologista.
Aos 26 anos, Vanessa Oliveira, recebeu o diagnóstico de
câncer de mama. Justamente quando se preparava para realizar o sonho de ser
mãe. “Recorri a fé. Os médicos sempre me diziam o quão difícil seria
engravidar. Quando descobri que estava esperando um filho, foi uma das maiores
felicidades da minha vida”, conta Vanessa.
Vanessa relata que passou por várias etapas. “Resolvi ser
forte e passar bem por essa situação. No período de quimioterapia, tive que
raspar o cabelo e isso influencia diretamente na feminilidade da mulher.
Decidida, procurei não me abater, usava peruca e sempre que podia, tinha uma
vida normal”, enfatizou.
“Aos 32 anos eu fui mãe. Minha família hoje está completa.
Consigo ver a vida de uma forma diferente. Hoje minha filha tem 2 anos e é a
alegria da minha casa”, disse Vanessa.
“Toda mulher submetida a mastectomia, remoção total ou
parcial da mama, tem direito legal de ter sua mama reconstruída pelo SUS,
utilizando os princípios da cirurgia plástica”, explica Paulo Hypacio,
especialista em cirurgia plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica e um dos médicos responsáveis pelas reconstruções mamárias no Hospital
do Câncer de Pernambuco e no Hospital das Clínicas.
O médico também explica que os resultados estéticos são
bastante satisfatórios. “As mulheres submetidas à reconstrução sentem-se muito
melhor do que as que não a fazem. Depois de todas as mudanças psicológicas na
mulher, a reconstrução mamária busca preservar a autoestima e a autoimagem da
paciente”, conta Paulo Hypacio.
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