Já
faziam dois anos que eu estava morando no apartamento da Avenida Getúlio Vargas
em Paulo Afonso na Bahia. Todos os dias era, trabalho/casa, casa/trabalho. Eu
até já tinha me esquecido de como era fazer sexo. Saia logo pela manhã, e a
noite o cansaço me abatia. A rotina me levará a acostumar com banho, lanche,
jornal na televisão e dormir no sofá. Mas, como vocês sabem, um dia sempre
acontece algo diferente na vida de um pobre mortal abandonado. E foi isso que
aconteceu.
Eu
estava chegando em casa, e ao tentar abrir a porta do prédio, uma garota passou
na minha frente. Foi o suficiente para ela esboçar um sorriso, e eu acordar
daquela rotina, assim como um fosforo ao ser aceso. Ela parou mais a frente,
sorriu novamente e eu dei uma piscadela com o olho esquerdo. Porque o esquerdo?
Para registrar que sou militante de esquerda. Tu não é? E eu com isso? Seguindo
a narração da história. Dois dias depois, novamente a garota apareceu no
horário da minha chegada em casa. Muito tempo depois, fiquei sabendo que ela me
esperava para suscitar os encontros. Foi quando no novo encontro peguei no
braço dela com carinho. Ela sorriu. Uma semana depois estive em uma mercearia e
lá a vi trabalhando. Ela olhou e me pareceu nervosa por minha presença naquele
lugar.
Um
dia depois estávamos namorando. Dois dias depois a intimidade já tinha se
tornado mais apaixonante. E foi assim durante três anos e meio. Após este
tempo, eu senti que o amor continuava vivo, mas a libido dela já não era mais o
mesmo. Eu percebi que quando uma noite eu estava esperando o meu amor em casa e
ela chegou quando o sol já se escondia por traz do prédio. O jantar já estava
na mesa. Homem é romântico por natureza. Elas que sempre querem mais do que
podemos dar. E naquele dia a mesa estava farta. Tinha pão doce, pão aguado, em
outros locais conhecido como pão francês, café sem cafeína e manteiga. Queijo?
Tinha! Mas só dava para uma pessoa. Adivinha para quem ficou? Se achou que foi
para aquela linda garota, acertou. Nosso romantismo deve cativar essas mulheres
sempre.
Passávamos
dias juntos na sala vendo televisão. Filmes, shows e programas com informações
culturais. Mas ela sempre teimava em ver novela mexicana. Eu sempre preparava
algo para ela quando passarmos o tempo juntos: pipoca, picolé de saquinho, pão
com manteiga bem assado. Coisas que a agradavam todas as noites. Depois, na
hora de dormir nos deitávamos em colchões na sala e nos tocávamos como dois
adolescentes em início de namoro. Foram tempos lindos que não voltam mais.
Tempos
depois, ela começou a sentir muita dor de cabeça. E muitas das vezes que eu a
procurava ela estava doente. Um dia, quando eu já não mais me aguentava de
tanto esperar, e fiel que eu fui, encostei o meu corpo junto ao dela. A abracei
com carinho, como sempre fazia, beijei-a com muito carinho e como ela não
disse, naquela noite, que estava com algum problema, eu a toquei. Mas antes deixa
eu contar uma coisa. Eu senti que algo estava errado. O meu amor não deu nenhum
sinal. Estaria ela dormindo pouco provável! Eu a toquei, e nada. Continuei
fazendo carinho e nada. É verdade, eu não demorei para perceber que a pessoa
que eu tanto amava já não me amava mais. E aquela frigidez dela, não era nada
mais do que a falta de sentimento que comungasse com o meu. Ela estava errada?
Não! Eu errei ao insistir com ela? Provavelmente sim? Hoje, depois de muitos
anos do ocorrido, somos grandes amigos. Vez ou outra quando a encontro eu
brinco com ela e a chamo de frígida. E ela sempre diz que eu não soube
conquista-la por mais tempo.
Dimas Roque.
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