No sábado, 18, o dia em que um dos meus filhos esteve em
casa comigo, ele colocou o filme “Febre do Rato” para vermos juntos. Pelo
titulo me pareceu de boa qualidade, já que se refere a uma expressão
tipicamente nordestina e dependendo da localização em que você esteja poderá
expressar diferentes coisas, no meu caso o dito popular revela algo de ruim.
Pois bem, eu quero parabenizar a direção de fotografia feita por Walter
Carvalho e o trabalho magnífico do ator Irandhir Santos, que de tão perfeito ao
assistir se tem a impressão de que o personagem é real.
As poesias recitadas são lindas e merecem ser ouvidas por
todos. Talvez nos ajude na compreensão de nossa sociedade atual. Na forma com
que deixamos de perceber os que moram a margem da sociedade que tem onde comer
e dormir bem. Em alguns momentos o filme se torna documentário de tanto
improvisos realizados pelos atores. Ao final me deu a impressão de que o
diretor Cláudio Assis fez uma oficina de atores. Juntou um monte de jovens ávidos
em aprender a arte de atuar e fez deles o que bem entendia.
O filme tem atores consagrados nacionalmente e que dispensa
qualquer elogio. É o caso de Matheus Nachtergaele, Maria Gladys e Ângela Leal.
Assim como todos os outros, estes fazem uma boa interpretação. Mas para ai. Retirada
as histórias do poeta e do seu amor pela personagem Eneida, vivida por Nanda
Costa, nada mais sobra a não ser a pura pornografia que, se realizada para o
público que visita as salas reservadas das locadoras, deve ser visto por todos
eles. O filme se perde na apologia as drogas e mostra a cidade do Recife em Pernambuco
como a Meca do consumo na atualidade. Claro que do ponto de vista de quem mora
na periferia, onde o jornal a Febre do Rato é produzido e distribuído.
Na cena em que os personagens Zizo, após o desfile de sete
de setembro sobe em seu carro e recita poesias, ao ver Eneida ele começa a ler
um texto escrito em seu próprio corpo para ela. Neste momento o ator começa a
retirar a roupa e a atriz sobe no automóvel. Os dois vão se despindo totalmente
ate que, pelados, se abraçam. Mas não me fugiu dos meus olhos o rosto da atriz,
que por um instante, como que se dirigindo ao diretor ou a alguém fora do
enquadramento dá com os ombros perguntando se é para continuar. Neste momento o
diretor se vale da interpretação livre e libera geral. A oficina está completa e
o filme acaba!
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