Dos idealistas de antes na política, tanto da esquerda
quanto da direita, aos profissionais que tomaram conta dela nos anos 60, nós
estamos vendo agora as aves de rapina a destruir o sonho de cada um dos que
teimam em acreditar em qualquer ideal nesta área.
Quando o poeta e cantor Cazuza afirmou em uma de suas
músicas precisava ter uma “ideologia” para viver, ele na verdade dizia que para
ele a dita cuja já não existia mais. Estava desolado com seus ídolos, as
pessoas em quem teria acreditado um dia. Fosse à música, nas artes ou na
política, que é o nosso assunto aqui.
Infelizmente nos dias de hoje nós dificilmente
conseguimos encontrar jovens participando da vida política do país. As exceções
são durante o período eleitoral, quando contagiados pelo clima de disputa, eles
vão às ruas defendendo um nome, muito mais do que a um partido ou uma
ideologia. E muita das vezes ate desconhecem o termo.
Ontem na Câmara Federal, para quem como eu também viu
pela Televisão, aconteceu uma cessão que mostrou a verdadeira cara da
instituição na atualidade. Desde as primeiras horas da manhã que o movimento
era a busca pela aprovação da chamada Lei dos Portos. Uma medida provisória
editada pela presidenta que, segundo as informações do governo ira beneficiar o
Brasil na área portuária. Seria a entrada de dinheiro de empresas na construção
de novos portos a serem administrados por empresas.
E o que teria de errado nessa proposição?
Para o governo nada. Mas para a oposição, tudo. Isto
mesmo. Os partidos que não estão mamando nas tetas da viúva se colocaram
contrários ao projeto. E para atrapalhar a aprovação do mesmo valia tudo, desde
apresentar emendas que posteriormente seriam retiradas, tudo isto para ganhar
tempo e ver a lei não ser aprovada por, imaginem só, falta de tempo. Neste
quesito algo me chamou bastante a atenção. O DEM, que antes foi ARENA, PDS e
PFL, cuidando de atrapalhar tudo, apresentou uma emenda e discutiu
exaustivamente a mesma, enquanto o Partido dos Trabalhadores se colocou
contrario durante o processo de tramitação da lei. Pois bem, ontem o PT
descobriu talvez iluminado por alguém, que o que antes era contra, agora
serviria aos propósitos do governo. Ai, os democratas acharam tudo estranho.
Porque se o governo agora aprova é porque deveriam ser contra. E eles então
retiraram a proposição. O governo sabendo que a retirada prejudicaria a
tramitação do projeto e poderia inviabilizar sua aprovação, reapresenta a
emenda agora através do deputado Sibá Machado, do PT. Pronto, estava declarada
a guerra de palavras. O governo agora aceitava a proposta, mas o DEM com seus
aliados se colocaram contra. E isto durou horas, ate que na queda de braço, o
governo levou a melhor.
Conversando com um amigo ainda ontem, 15, eu não tive alternativa
a não ser afirmar que um brega, um cabaré, um puteiro tinha mais organização
que a casa legislativa. E olha que eu apanho bastante ao defender que é na
política que devemos buscar as melhorias para a nossa população mais carente.
Mas vocês ai em Brasília tem que ajudar. Basta de tanta desmoralização da
classe.
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