OS EFEITOS DA ESTIAGEM E A PERDA DE BIODIVERSIDADE DA CAATINGA


Nunca se viu uma estiagem tão prolongada e vivenciada pelo sertanejo no semiárido nordestino, onde a maioria do rebanho foi perdida devido à falta de água e agora pela ausência de alimento natural, decorrente da seca que está assolando e dizimando até mesmo a flora tipicamente catingueira, que por sua vez, é uma flora de alto poder de resistência à falta de água, mas com uma estiagem de prolongada não está mais resistindo aos efeitos da estiagem e estão secando.
Há um estudo em andamento sobre a perda de biodiversidade catingueira, com base nessa estiagem, em alguns locais da região catingueira, onde está sendo detectado e, visualizado cenas nunca vista antes, com facheiros, mandacarus, faveleiros e outras espécies que tem por constituição suportar sol e calor em grande intensidade, estarem secos e sumindo da região, devido à temperatura fora do normal.
O gado na região está sendo aos poucos reduzido em toda região do semiárido e o que presenciamos ao longo da pesquisa e visita na região é a grande quantidade destes animais expostos ao chão sem vida e sem perspectiva de rumo para outra localidade no afã de destituir o destino certo e cruel que é morrer de fome e sede.
A expectativa de chuvas no nordeste aparece de forma esperançosa, mas não podemos ser mais otimistas pelos próximos dias e meses, ao que parece, mas vamos confiar na providência divina e esperar que chova mais para que possamos ver minimizado o sofrimento do caboclo e dos animais que estão sofrendo com essa estiagem prologada e consequentemente mostrando um cenário a cada dia mais devastador e cruel para o sertanejo e a região.
Até agora em uma pesquisa preliminarmente realizada o sertão perdeu em torno de 15% de sua biodiversidade, numa clara demonstração de que em breve não teremos como repor o que foi degradado, e que haverá mais e mais processos de desertificação no semiárido nordestino.
Silvano Wanderley – Geógrafo / Mestrando em Gestão e Auditoria Ambiental.

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