Mais de mil pessoas acompanharam a caminhada da IV Caravana
de Combate ao Trabalho Infantil, em Abaré, município a 569 quilômetros de
Salvador, no nordeste da Bahia, na última terça-feira (22). Promovida pela
Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), a caravana
saiu de Rodelas, no norte do estado, segunda-feira passada e vai percorrer mais
quatro cidades do Território de Identidade Itaparica.
Em Abaré, a passagem pela feira livre foi o momento de maior
participação e conscientização. “Este é um momento importante de contato com feirantes,
que geralmente utilizam crianças para trabalhar, e com os consumidores que as
contratam para carregar suas compras, numa atitude clara de uso da mão de obra
de crianças e adolescentes”, comentou Angela Gonçalves, superintendente de
Assistência Social (SAS) da Sedes.
Ao longo do trajeto, professores da rede pública, agentes de
saúde e trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)
estabeleceram diálogo com a comunidade local. Depois da caminhada, vários
grupos culturais do município se exibiram, entre eles o Toré Mirim da tribo
Tumbalalá, o Grupo de Reizado da Lagoa José Alves, alunos da escola de arte
marcial Kung Fu, o Coral Infantil de Abaré, entre outros.
Maior incidência.
Um seminário reuniu autoridades locais, gestores municipais,
diretores e coordenadores do Sindicato e Colegiado Territorial, técnicos da
SAS, representantes do Ministério Público do Trabalho, das secretarias
estaduais de Trabalho Renda e Emprego e de Assuntos Internacionais e do Pacto
Um Mundo para Criança e Adolescente do Semiárido, da Organização Internacional
do Trabalho e da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
De acordo com o pré-diagnóstico apresentado pela assistente
social e gestora do Bolsa Família em Abaré, Maria Cleonice de Menezes, 529
crianças e adolescentes, sendo 330 meninos e 199 meninas, estão em situação de
trabalho infantil. “A incidência é maior na lavoura, no trabalho doméstico,
como vendedor ambulante e carregadores de compras nas feiras, sendo que muitas
crianças deixam de frequentar a escola nas terças-feiras, dia da feira local. A
Caravana veio despertar nas pessoas a possibilidade de mudar esta realidade”,
salientou.
O município assinou o termo de compromisso, recebendo o
Catavento, símbolo internacional da luta contra o trabalho infantil. Em junho,
uma equipe da Sedes voltará ao território para a capacitação inicial de
implantação do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). (Alagoinhas Notícias)
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