Vamos as Ruas por uma Bahia de Paz.

Toda a forma de mobilização de uma categoria trabalhista deve ser vista com carinho pela sociedade. Pois, só com o apoio do povo nas ruas é que todo e qualquer movimento social será legitimado. Foi assim durante os anos em que o Partido dos Trabalhadores apoiou, e continua a apoiar as greves por todos os cantos do país. Basta ver a história que será fácil identificar o porquê da ascensão da legenda junto às categorias trabalhistas e os movimentos sociais.
Do meio da semana passada ate hoje, boa parte dos policias baianos entraram em greve paralisando os serviços de segurança no estado. É verdade que na maioria esmagadora dos municípios da Bahia, a greve nem foi percebida. Isto claro, eu falo em relação ao interior. Já na capital o que vimos no inicio foi à disputa sadia entre o empregado (policias) e o em pregador (governo). Tudo ia bem, ate que ônibus começaram a ser parados nas avenidas principais da capital por pessoas mascaradas e que surgiam em motos. Os veículos eram atravessados nas avenidas e tinham os pneus furados. Os passageiros eram obrigados a abandonar o transporte e seguir por quilômetros a pé.
No inicio a notícia surgiu nas redes sócias e ajudaram a criar pânico por toda a cidade e chegou à boa parte do interior e do Brasil. Estava criado o clima de terror!
Os “especialistas” em tudo, aqueles que são chamados por jornais, rádios e TVs para dar opinião em qualquer assunto, surgiram e começaram a falar que os criminosos tomaram conta da cidade, para no dia seguinte, depois de terem visto fotos em que policias estavam apontando suas armas em plena Avenida, e vídeos que mostravam como as ações eram coordenadas, e que alguns policiais estavam envolvidos nos crimes. E ate o próprio governador Jaques Wagner afirmou que, “possivelmente” isto seria verdade.
Com a possível descoberta dos malfeitos, a guerrilha agora era virtual. De repente, as redes sócias receberam personagens novos, que apregoavam terem ouvido tiros, vistos mortes, brigas, arrastões em vários locais da capital. Bastou um pouco de curiosidade para se perceber que tudo aquilo era, mais uma vez, articulado. O terror virtual logo chegava às residências, agora em Bitts e se dava a impressão de que o anunciado Fim do Mundo tinha chegado.
O governo diz que já ofereceu tudo o que podia dentro do que ele chama de responsabilidade fiscal. Os grevistas, que começaram com várias reivindicações justas, foram deixando claro que a Greve na Bahia fazia parte de um plano nacional da categoria. Não interessava só receber aumento de salário. Eles só aceitavam o final da greve, se o governo aceitasse o retorno de um dos seus lideres (Marco Prisco) ao trabalho. Ele fora demitido quando da greve de 2001. E com o passar dos dias, e com a decretação feita pela justiça da prisão de alguns lideres, eles pediram a revogação da mesma. E o que muito se ouvir foi, “agora nós vamos mostrar a nossa força”, diziam os FAKES na internet.
O que devemos nos perguntar agora é se vamos ficar feito ratos dentro de nossas casas ou se nós vamos às ruas para pedir Paz Para a Bahia. Porque se queremos uma sociedade onde cada um de nós deve respeitar o direito da outra pessoa, não podemos estar escondidos e ver o que está acontecendo com nossas cidades calados. Só cada um de nós, no nosso intimo, poderá responder a essa pergunta. É chegada a hora de sairmos as ruas, dizendo que apoiamos as reivindicações dos policiais, mas que não aceitamos de forma nenhuma que o nosso direito de ir r vir, de ter segurança e poder compartilhar de nossas ruas, com dignidade e segurança. E não esperemos dos artistas consagrados da Bahia, eles se esconderam durante os momentos de maior crise que passamos. Não esperemos daqueles que se calaram ou incentivaram o caos para se aproveitarem politicamente do momento. Nós devemos contar com nossos amigos, familiares, companheiros de trabalho, jovens e adultos da Bahia, porque é chegada a hora de nos unirmos pela Paz na Nossa Querida e Amada Bahia.
Dimas Roque é Membro do BlogProgBahia, do BlogProgBrasil e suplente no Conselho de Comunicação da Bahia.

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