Marcos Valério e mais 34 integrantes de quadrilhas, segundo o MP da Bahia foram indiciados.

Envolvidos em esquemas de falsificação de documentos públicos para, de forma ilegal, tornarem-se proprietários de imóveis – na maioria fazendas – localizados no município baiano de São Desidério, o empresário Marcos Valério Fernandes e mais 34 pessoas foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público do Estado da Bahia. Ele, seus sócios (Ramon Hollerbach e Francisco Marcos Castilho Santos), empresários de Minas Gerais, da Bahia e de São Paulo, agropecuaristas, agricultores, lavradores, advogados e oficiais de cartório estão sendo acusados pelos promotores de Justiça Carlos André Milton Pereira e George Elias Gonçalves Pereira de crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, uso de documentos falsos, entre outros.

Segundo os promotores de Justiça, diversas quadrilhas, que nem sempre tinham ligação, atuavam no esquema de criação de matrículas falsas de imóveis que, às vezes, nem existiam. Essas quadrilhas foram desarticuladas no início do último mês de dezembro durante a ‘Operação Terra do Nunca’, mas, até serem desmontadas, promoveram diversas falsificações de documentos nos cartórios de Barreiras e São Desidério, oeste baiano. As falsificações, relatam Carlos André e George Elias, eram efetivadas com o auxílio das oficiais de cartório Maria de Fátima Melo, Ana Elizabete Vieira e Nadir Tavares Botelho, que recebiam vantagens econômicas ilícitas para isso e foram denunciadas também pelo crime de corrupção passiva. Com o apoio das duas últimas, por exemplo, a empresa de Marcos Valério e Ramon Hollebarch conseguiu criar, a partir de um terreno de 360m² localizado em Barreiras, “cinco enormes propriedades rurais” em São Desidério. As escrituras públicas constantes nos autos, afirmam os promotores, eram elaboradas no tabelionato, repletas de falsificações e assinadas por um analfabeto e pelos dois empresários, que, aliás, “nunca vieram aos municípios de Barreiras e São Desidério”. (MPF/BAHIA)

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