MANIFESTO CONTRA AS EXPULSÕES NO PT DE PAULO AFONSO - BA

O PT traz, desde sua fundação, a marca inequívoca da democracia interna. Como partido representante das classes trabalhadoras do Brasil, o PT sempre cultivou o livre debate de idéias e posições, e o respeito às minorias, como forma de absorver democraticamente os mais amplos setores dos explorados e oprimidos.
O fato de um determinado grupo, ou tendência, ser majoritário na direção partidária, não lhe da o direito de desrespeitar e/ou expulsar do partido os setores minoritários. Esta é uma velha tradição da esquerda que o PT sempre combateu. Excluir do quadro partidário os setores divergentes, apenas por deter o controle da máquina do partido, nunca foi a melhor forma de resolver as diferenças e de construir o PT. Para tanto o PT tem um estatuto, diretrizes e normas internas, que devem ser respeitados por todos os setores que o compõem, mesmo os majoritários. São essas normas internas que asseguram a convivência e a harmonia entre todas as correntes do partido, quando estas são desrespeitadas se estabelece a confusão e o caos, e a convivência fraterna fica insustentável.

Infelizmente, no PT de Paulo Afonso-BA tem prevalecido o arbítrio e o despotismo de um grupo que, por constituir maioria no diretório municipal, vem cometendo uma série de abusos e desatinos, à revelia do estatuto e das normas do PT. Começaram por desrespeitar as definições eleitorais, legitimamente estabelecidas pelos filiados do partido, nos três encontros democráticos que se realizaram em 2008, para definição da tática e da estratégia nas eleições municipais. Impuseram ao partido uma tática eleitoral desastrosa, que expôs o PT ao ridículo, com uma votação majoritária humilhante, que só contribuiu para dividir a esquerda e favorecer o retorno do DEM ao governo municipal. Além de não eleger representação para a câmara de vereadores e ajudar a eleger um vereador umbilicalmente ligado ao DEM. Como se não bastasse ter patrocinado todos estes absurdos, verdadeiro atentado à história e a imagem pública do partido, agora resolveram expulsar de forma arbitrária, sem estabelecer comissão de ética, sem direito de defesa, sem seguir nenhum critério ou trâmite estatutário para tal finalidade, vários filiados militantes do partido. Afastaram e suspenderam os direitos de dirigentes e filiados sumariamente, através de cartas, sem respeitar o fato de que foram eleitos democraticamente pelo conjunto dos filiados. O próprio governador, a maior liderança do PT na Bahia, contrariou a tática eleitoral deste grupo, subindo no palanque e declarando apoio ao candidato do PSB. Seria o caso de mandar uma carta ao governador, comunicando sua expulsão do partido?

Eles erraram e ajudaram o DEM a voltar ao poder, e aqueles que, acertadamente, apoiaram a aliança de esquerda com o PSB são punidos com a expulsão sumária?Nós, que subscrevemos esse manifesto, pedimos aos dirigentes estaduais e nacionais que revoguem imediatamente estas expulsões, e que ponham um fim ao despotismo deste grupo, que desrespeita abertamente o estatuto e as normas do partido, se sentindo acima das diretrizes emanadas democraticamente pelo conjunto dos filiados e válidas para todos, maiorias e minorias.

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